sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Marina Silva em pé de guerra com PSTU

Marina Silva pede ao TSE direito de resposta contra PSTU por ofensa à sua honra

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DE SÃO PAULO
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) direito de resposta pelo tempo de um minuto no horário de propaganda na TV do PSTU. A candidata verde alega ter tido sua honra ofendida quando supostamente foi associada à opressão contra a mulher.
Os advogados de Marina pediram também liminar que proíba ao PSTU a exibição da propaganda ofensiva, ou similar, no rádio, na TV ou na internet.


Segundo a candidata do PV, a propaganda do PSTU, transmitida nos dois blocos da televisão do dia 26 de agosto, depois de abordar a questão da violência contra a mulher, afirma: "Dilma e Marina estão a serviço dos que oprimem. Não basta ser mulher".
Marina Silva pede que a resposta seja divulgada também no site do PSTU, que veiculou os mesmos programas.
A senadora ressalta, na representação, ser mulher, negra e de origem pobre, e diz que tem perfeita consciência de que "as agruras às quais estão submetidas as mulheres negras e pobres são ainda maiores". Porém, afirma ela, em um determinado ponto da propaganda eleitoral, o PSTU optou por um caminho que torna "desairoso, ofensivo e injurioso" todo o texto que, num primeiro momento, representava crítica política legítima.

Plínio defendem o twitter e a redução da jornada de trabalho

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Plínio defende uso do Twitter e redução da jornada de trabalho

25 de agosto de 2010 • 20h49 Comentários



Notícia



Claudia Andrade

Direto de Brasília

Em encontro com estudantes da Universidade de Brasília (UnB), nesta quarta-feira (25), o candidato à presidência da República Plínio de Arruda Sampaio, do Psol, afirmou que o objetivo principal de sua candidatura "não é o voto", mas sim "apresentar uma alternativa".



O presidenciável defendeu a redução da jornada de trabalho para que os trabalhadores tenham tempo para "fazer o que dá prazer". O candidato defendeu também a tributação sobre grandes fortunas e uma mudança no modelo de combate às drogas, que fiscalize sem "perseguir" a juventude.



O candidato disse que se sua campanha "conseguir ter força de voz, já será uma vitória" e destacou o uso de ferramentas como o Twitter como um dos pontos altos de sua campanha. "Hoje é a televisão que resolve, mas a próxima (eleição) vai ser o Twitter, porque ele não tem filtro nenhum".



Uma das questões apresentadas a Plínio veio de uma participante que se disse "anarquista" e criticou o fato de o candidato do Psol estar participando de uma "eleição burguesa". O presidenciável respondeu não ser possível "sair totalmente da realidade". "Se o nível de conhecimento do brasileiro subir, eu passo para o partido dela (anarquista)", disse. "Agora, eu não tenho condições de ser ouvido se não ceder alguma coisa. A gente tem que caminhar, mas não pode perder as amarras da nossa realidade".



Menos trabalho, mais prazer

Ao falar sobre a proposta de redução da jornada de trabalho, o candidato disse que ela deve ocorrer sem diminuição de salário e lembrou que atualmente, além das oito horas de trabalho diárias, ainda é preciso contar o tempo que se perde até chegar em casa.



"Nós existimos para viver, para explorar os potenciais da nossa existência, para fazer o que nos dá prazer. É preciso que o homem tenha hora para escutar música, para ficar sem fazer nada, para cuidar da mulher e dos filhos. Se com isso não vamos ter o padrão de consumo dos Estados Unidos, que fiquem os americanos com esse padrão".



Quando o tema foi a questão tributária, Plínio destacou a necessidade de se ter um imposto sobre grandes fortunas. "Aí nós vamos carcar a mão". Também defendeu uma diferenciação nos tributos diretos dos produtos, dizendo que o que não faz diferença para os mais ricos, pesa no bolso dos mais pobres.



Maconha

O candidato também foi questionado sobre a legalização da maconha. Disse ter consultado especialistas sobre o tema e alertou que o problema não é a droga em si, mas a situação do usuário. "Para combater essa droga não se deve fazer uma política de perseguir o jovem", disse, para acrescentar, contudo, que a maconha pode ser a porta de entrada para outros vícios. "A pessoa entra na maconha e aí ela não faz nada, então ele vai para outra, porque o problema é ele, não é a droga".



Para Plínio, é preciso criar um "enorme sistema de apoio a quem demonstra o primeiro sinal de dependência", a partir de uma comissão plural que reúna representantes de diversos setores. "Não estou propondo um 'liberou geral', mas colocar sob o controle da lei".

Avança Amazonas x PSOL Amazonas

Avança Amazonas x PSOL: o confronto desigual entre o Amazonas da Propaganda e o da realidade


Por Fernando Lobato - Historiador e Candidato a Vice-Governador pelo PSOL nas Eleições 2010



O que é a realidade? Aquilo que percebemos com os nossos sentidos ou a interpretação que a grande mídia faz dos fatos do dia a dia? Não pensem que seja fácil responder essa questão, visto que, na dinâmica frenética de nossa sociedade capitalista, o tempo é um bem escasso e deixa poucas brechas para o pensamento reflexivo. Se já é escasso para a reflexão sobre a vida individual e familiar, muito mais o é para a possibilidade de percepção acerca do mundo em que vivemos. Imersas nessa escassez de tempo, as pessoas se habituam a consumir informações pré-fabricadas de forma muito parecida com aquela fatia de pizza pré-p ronta que é levada ao forno para saciar a fome gastando pouco tempo.



Vivendo nessa conjuntura capitalista, as pessoas estão muito mais propensas a aceitar como realidade a interpretação que a grande mídia faz dos fatos, comprovando a máxima de Goebels, o chefe de propaganda de Hitler, de que uma mentira contada muitas vezes vira verdade inquestionável. Eis o que inspirou o Partido Socialismo e Liberdade a centrar sua campanha eleitoral na contradição que há entre dois Amazonas bem distintos: o da propaganda do Governo Eduardo/Omar e o da realidade propriamente dita. As contradições são inúmeras e evidentes para quem quiser percebê-las, mas, infelizmente, a grande maioria permanece presa na dimensão paralela que a propaganda governamental construiu.



Na propaganda eleitoral de Eduardo e Omar o Amazonas é retratado como terra da fartura e da felicidade. Numa das cenas veiculadas, um caboclo carrega um pirarucu imenso enquanto outros torra m farinha num grande tacho. O verde pulula na tela dando a entender que a Zona Franca Verde é um sucesso retumbante. Numa outra tomada, cheguei a sentir água na boca ao olhar para uma pilha de melancias com aspecto suculento. Num outro programa, um agricultor de Iranduba, que disse ter vindo do Pará, relatou que terra melhor que o Amazonas não há, pois o governo teria lhe dado terra, trator e muitas outras facilidades para produzir e ganhar dinheiro. Com esse enredo, não seria exagero dizer que o paraíso existe e fica aqui.



O PSOL, já consciente dos limites dessa propaganda governamental, lançou-se numa pesquisa de campo para averiguar os dados do Amazonas da realidade que, obviamente, quem está no poder não quer mostrar, visto que os mesmos, necessariamente, fragilizam o mundo mágico que a propaganda, com muito esforço, foi capaz de construir e, ao mesmo tempo, desmascaram aqueles que o forjaram. Não esperávamos, é bom destacar, que a distância e ntre ficção e realidade fosse tão grande, fato que, inclusive, nos surpreendeu e que nos faz ter dificuldade de dimensionar a largura do fosso que separa as duas dimensões. É como se olhássemos para um poço que nunca se consegue visualizar o fundo. Exagero nosso? Você vai ver que não.



Nossa viagem pelo Amazonas da realidade começou com uma análise de nossos dados econômicos. Na propaganda, somente se mostra o lado interessante do ponto de vista do marketing, ou seja, o de que Manaus é uma das capitais de maior PIB do país, logo mais ricas, ainda que o silêncio sobre quem fica com a maior parte dessa riqueza seja total. Não se fala ou comenta que o PIB de nosso interior é quase três vezes menor que o do Maranhão, reconhecidamente um dos estados mais desafortunados da federação. Os dados de nosso interior não são ainda mais catastróficos porque Coari, com seu gás e petróleo, dá uma importante contribuição numérica para evitar uma vergon ha ainda maior.



Municiados dos números do IBGE, começamos a checar a situação real da produção no interior e, para nossa própria surpresa, descobrimos que a realidade é bem pior do que os números dizem. Estávamos certos, por exemplo, que o ovo era o único alimento em que o Amazonas era auto-suficiente, ou seja, não era preciso importar para complementar a demanda de consumo, mas descobrimos que não, pois boa parte dele já vem de Goiás. Estávamos certos, também, que, apesar de grande parte da farinha de cada dia estar vindo do Pará e do Acre, ainda estaria longe o tempo em que teríamos que importar o inigualável tambaqui. Boquiabertos, descobrimos que o nosso peixe mais apreciado também já está vindo dos rios de Rondônia e Roraima.



Como se vê, não estamos falando de produtos como goma para tapioca, arroz, feijão, melancia, cheiro verde, banana, mamão, maracujá, laranja, tangerina e muitos outros que todos sabem ser importado s em grande medida e que, com pouco investimento, poderiam estar sendo produzidos aqui mesmo. O caso do cheiro verde, além de vergonhoso, demonstra o grau de absurdo a que chegamos, visto que se trata de uma especiaria chique que chega aqui de avião fretado. Quem nos lê, pode pensar que estamos contando uma daquelas histórias do personagem Pantaleão, que Chico Anísio, com seu talento fora de série, levou às telas, mas, infelizmente, trata-se da mais pura verdade.



Em qualquer lugar do Brasil, quando alguém do interior visita a cidade grande, na ida, leva produtos naturais para venda aos urbanóides e, na volta, trás produtos industrializados. No Amazonas, isso quase não ocorre. Voltam com industrializados sim, mas junto levam também melancia, laranja, frango congelado e outros produtos alimentícios que não conseguem adquirir na área rural. Moral da história, a renda salarial gerada pela Zona Franca e pelos órgãos públicos está indo quase toda em bora para melhorar a vida de quem vive fora do estado. Mas apesar disso, o governo continua a fingir que essa realidade não existe, que tudo são flores, que o Amazonas está avançando e vai avançar muito mais, que a Copa vai ser aqui e a vida de todos vai ficar ainda melhor, ou seja, continua substituindo o Amazonas real pelo da propaganda.



Em Manaus, o dinheiro ganho com muito trabalho não gera melhor qualidade de vida, pois a cidade incha cada vez mais e o caos aparece no trânsito engarrafado, no calor insuportável gerado pelo asfalto quente, no crescente número de crianças se drogando nas ruas, no crescente número de flanelinhas que disputam entre si as áreas de estacionamento. Como a realidade é um caos constante, torna-se necessário construir ilhas de fuga para os que podem pagar e isso move a indústria do Shopping Center, cada vez mais ativa em nossa cidade. Eis, para você que me lê, um breve e rápido resumo do modelo de desenvolvimento que a propaganda governamental vende como maravilhoso e perfeito. Nós do PSOL, preferimos ter a coragem de enxergar a realidade de frente para buscar entendê-la e superá-la, pois temos claro que o pior dos cegos é aquele que deseja continuar cego.



fonte: www.blogdofernandolobato.blogspot.com

Serra em pé de guerra com o PCO

'Direito de resposta'


Serra, que tem 10 vezes mais tempo que os pequenos partidos, quer também o tempo do PCO



A coligação encabeçada pelo PSDB entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral exigindo punição para o PCO por ter afirmado no horário eleitoral que o governo FHC privatizou o petróleo e levou a uma situação de escravidão dentro da Petrobras



26 de agosto de 2010





Foi protocolado no TSE na tarde desta quarta-feira um pedido da coligação “O Brasil pode mais” (PSDB-DEM-PTB-PPS-PMN-PTdoB) de “direito de resposta” contra o PCO.





O candidato do PSDB, que possui quase 10 vezes mais tempo que os demais candidatos dos partidos “pequenos”, quer fazer com que o PCO perca os poucos segundos que tem na televisão.





No último programa do horário eleitoral gratuito, o candidato a vice-presidente do PCO, o companheiro Édson Dorta, afirmou que “o governo do PT, imitando o PSDB, quer privatizar os Correios, transformando a empresa em sociedade anônima. Em 1997, o governo do PSDB transformou a Petrobras em sociedade anônima. O resultado? 80% dos trabalhadores petroleiros, mais de 260 mil trabalhadores, são terceirizados e trabalham em um regime de escravidão”.





Na denúncia contra a privatização dos Correios, o companheiro Édson Dorta afirmou ainda que “a direção da ECT irá fazer o mesmo nos Correios: demitir mais de 50 mil trabalhadores, terceirizando o serviço. É um roubo do patrimônio nacional”.





O pedido de “direito de resposta” é, em si, uma aberração antidemocrática. O PCO, e nenhum outro partido, jamais poderia ser punido com a perda de seu tempo na televisão, ou de qualquer outra maneira, por apresentar no seu programa eleitoral seu programa, sua análise e sua crítica aos demais candidatos.





O absurdo da desigualdade nos tempos dados a cada candidato pela Justiça Eleitoral para fazerem sua campanha na TV, bem como as demais desigualdades impostas à campanha dos diferentes partidos em função do financiamento privado das candidaturas, se somam a mais esta arbitrariedade.





Não se trata aqui de um “direito de resposta” concedido a um cidadão isolado contra uma empresa. Nestas condições, por exemplo, aquele que se sentisse ofendido por um jornal, teria garantido pela Justiça o direito a responder, na mesma medida, no próprio jornal (seja ele impresso ou televisionado).





No entanto, como se trata de uma campanha eleitoral, a discussão deveria ser feita por meio dos próprios programas de cada candidato no horário eleitoral gratuito. Se Serra considerar que deve responder às afirmações feitas pelos candidatos do PCO, que responda em seu próprio programa. Afinal, é para isto que serve o horário eleitoral.

O império da despolitização

Império da despolitização

No dia 07 de maio, ainda na fase inicial da disputa para a presidência da República, a Folha de São Paulo (FSP) trouxe uma foto dos três primeiroscandidatos colocados nas pesquisas eleitorais. Ali, Serra abraça Marina e Dilma. Claro: todos sorriem. Título da matéria: “Serra diz que vai querer PTe PV no governo se for eleito”. Noutro momento (23/maio), o mesmo veículo estampou a seguinte manchete decapa: “Lula articula seu futuro na ONU ou no Banco Mundial”. Só faltouinserir o FMI, o que não causaria estranhamento a ninguém que estejainformação sobre a trajetória política de Lula e de tantos outros“companheiros” do novo partido da ordem. Com apenas esses dois exemplos é possível dimensionar a perda política quetivemos nos últimos anos. Do primeiro destaque, a fala de Serra comprova quenão há mais oposição ao sistema. Todos seguem as diretrizes de um estadoneoliberal, ditadas por organismos internacionais, como o Banco Mundial e oFMI. A diferença é a composição de grupos que ocupam e/ou possam vir aocupar cargos. Aliás, brigas internas são mais intensas e verdadeiras do queencenações vistas nos horários de propaganda gratuita entre partidos. Esseteatro desprovido de conteúdo pode criar ilusões aos menos avisados de quealgum partido dos citados possa ser oposição. Detalhe: nem cor e nem gênero(masculino ou feminino) muda alguma coisa. No mundo inteiro, o capital temrecrutado novos agentes, sejam pretos, gays ou mulheres. Seja como ou quem for, a “ordem” será mantida sob falso manto de um“progresso para todos”. Do real progresso, nos últimos anos, só a elite desempre foi a que efetivamente se apossou. A voracidade de banqueiros eempresários foi ímpar na história do país. Para turvar olhos, lembrandoVidas Secas, de Graciliano Ramos, aos atuais fabianos brasileiros foramdadas migalhas por meio de humilhantes bolsas (Família, Escola etc.). Nãohouve real divisão alguma do bolo. Sob perfeita maquiagem, houve crimepolítico e golpe econômico contra os miseráveis. Em recente pesquisa foiexposto: o Brasil é um dos países mais desiguais do planeta. O fato é o que PT também está nos braços da elite. Basta ver quem temfinanciado suas campanhas. Na FSP de anteontem, Breno Costa informa que asdoações ao Diretório Nacional/PT já são “o dobro do arrecadado pelos seispartidos da coligação PSDB”. Até julho, empresas já haviam doado 43,7milhões; ou seja, “mais de 1.500% superior ao mesmo período de 2006”, quandoLula foi reeleito. Isso é nadar de braçada na grana da elite. A retribuiçãodesses gordos “mimos” é obrigação cartorial. Sobre o futuro de Lula, fico estarrecido não com suas intenções pessoais,mas com o silêncio e/ou com a conivência política de tanta gente, destacando“intelectuais” que atuam nas universidades. Nem falo daqueles que já mamamnas tetas do governo. Nesses casos, a conivência e o silêncio têm explicaçãoóbvia: foram cooptados. Trato dos que não se beneficiam disso. Parece queperderam a língua ou sofreram de amnésia. Esqueceram a história. E algunslecionam História! Que irresponsabilidade! Que mundo repleto de falsaigualdade estamos legando às novas gerações! Quanta despolitização! Vale dizer: há algum tempo, a manchete sobre o futuro de Lula poderia causarconvulsão política, levando os mais exaltados ao cardiologista ou a óbito.“Imagine, nosso líder operário ser agente do Banco Mundial ou do FMI!”Calúnia da direita! Hoje tudo pode. Até parece bonito. Não é incrível?Alguém mudou. Pergunto: quem? O Banco Mundial e o FMI – execrados numpassado – ou o próprio Lula e seus antigos e barbudos “companheiros”? Alguémresponde ou as linguinhas continuarão mudas? ROBERTO BOAVENTURA DA SILVA SÁ - Dr. em Jornalismo/USP e Prof. de Literaturada UFMT FONTE: http://www.diariodecuiaba.com.br/Quarta feira, 25 de agosto de 2010Edição nº 12796 25/08/2010

O Brasil acabou nas mãos dos bancos

*O Brasil acabou nas mãos dos bancos, quem diria? E com as bênçãos do


príncipe operário...*



Gostaria que alguém me explicasse melhor essa aliança da esquerda chapa

branca com os banqueiros

Se tiver recebendo o texto com problema, clique em

http://www.porfiriolivre.info/2010/08/o-brasil-acabou-nas-maos-dos-bancos.html



"Graças a Deus os bancos estão ganhando dinheiro, porque, quando eles não

ganham dinheiro, eles dão mais prejuízo".



Luiz Inácio Lula da Silva, São Paulo, 9 de agosto de 2010.



"O que é assaltar um banco, em comparação com fundar um banco?"



Bertolt Brecht, dramaturgo e pensador alemão (1898 -1956)



Vou logo dizendo e desafiando que me provem o contrário: nenhum país

dominado pelos bancos, isto é, pela especulação financeira, vai muito longe.

Digo mais: o Brasil está nas mãos de uma meia dúzia de agiotas com as

bênçãos desse governo aí, que pôs uma raposa para tomar conta do galinheiro

e, mesmo assim, ainda consegue enganar a todo mundo com o uso dos piores

expedientes - a manipulação da informação, a distribuição de migalhas, a

corrupção do pensamento crítico e a compra e cooptação dos novos pelegos

sociais.



Os números estão aí e só não vê quem está mamando ou esperando a fila andar.



Meirelles no BC fez a festa dos coleguinhas da banca



Dados da consultoria Economática não me deixam mentir: o setor de bancos foi

o mais lucrativo entre as empresas de capital aberto (com ações na Bolsa) do

país no segundo trimestre de 2010. Os 25 bancos com papéis na Bovespa

lucraram R$ 10,1 bilhões e ficaram na frente do setor de petróleo e gás, que

ganhou R$ 8,5 bilhões e veio em segundo.



Um escândalo que só a batuta de Henrique Meireles poderia produzir: desde

priscas eras, diz-se que o melhor negócio do mundo é petróleo; e nesta

atualidade esfumaçada, já existe até uma guerra civil na mídia pela fartura

de um petróleo que estaria jorrando por todos os poros.



Em comparação com o mesmo período do ano passado, o lucro dos bancos subiu

18,38% (no segundo trimestre de 2009, os 25 bancos haviam ganho R$ 8,5

bilhões). Outro estudo da mesma consultoria é mais chocante: o lucro líquido

dos três maiores grupos do país - Banco do Brasil (BB), Itaú e Bradesco, que

respondem hoje por quase 80% do mercado - saltou quase 420% entre os oito

anos do governo Fernando Henrique Cardoso e os sete anos e meio da gestão

Luiz Inácio Lula da Silva. Os ganhos dessas instituições somaram R$ 167,471

bilhões desde 2003, contra R$ 32,262 bilhões no governo anterior.



Na Era Lula, a boa vida de fazer inveja



O CORREIO BRAZILIENSE mostrou que o carnaval dos bancos é mais alegre no

governo Lula: "dados consolidados pelo Banco Central, referentes aos sete

anos da administração do petista, mostram que as 100 maiores instituições

financeiras do país acumularam no período R$ 127,8 bilhões em lucros, o

equivalente a 2,3 vezes os R$ 55,2 bilhões gastos pelo Ministério do

Desenvolvimento Social por meio do Bolsa Família, programa que ajuda a

melhorar as condições de vida de 46 milhões de brasileiros.

Nem mesmo o estrago provocado pela crise mundial foi suficiente para inibir

o apetite dos bancos. No ano passado, também segundo o BC, as 100 maiores

instituições engordaram os seus cofres com ganhos de R$ 23,2 bilhões,

resultado que superou em 26% os retornos de 2008 (R$ 18,4 bilhões). Isso,

apesar de o Produto Interno Bruto (PIB), o total de riquezas produzidas pelo

Brasil, ter encolhido 0,2% na mesma comparação".



Quem acompanha o mercado de perto avisa: o último ano da gestão Lula será

fechado com pompa pelo sistema bancário: os lucros serão os maiores da

história, o que já está sendo comprovado desde os números do primeiro

trimestre.



Os dados do BC consideram, porém, somente os resultados dos bancos com a

atividade própria. Ou seja, não contabilizam, por exemplo, as seguradoras

controladas por eles, que têm inflado ainda mais os ganhos. Pelo critério do

BC, o BB embolsou R$ 6,1 bilhões no ano passado (o total passou de R$ 10

bilhões, um recorde). Já Itaú Unibanco e Bradesco ganharam, respectivamente

R$ 5,4 bilhões (foram R$ 10 bilhões no geral) e R$ 4 bilhões (R$ 8 bilhões).



Controlando empresas de outros ramosTambém não relatam o controle que alguns

bancos exercem sobre empresas de outros ramos. Além dos bancos Itaú Unibanco

e Itaú BBA, a Itausa controla empresas como Duratex, Elekeiroz, Deca e

Itautec. No primeiro trimestre deste ano, a holding apresentou lucro líquido

consolidado de R$ 3,47 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 25,8%

sobre os R$ 2,75 bilhões em igual trimestre de 2009.



Com 21% das ações da Valepar, o Bradesco indicou o atual presidente da Vale

do Rio Doce, responsável pela exportação de minério bruto para o mundo (um

crime)embora a maior fatia na holding (49%) seja de recursos dos fundos de

pensão das estatais, particularmente o Previ. Agora, Bradesco e Banco do

Brasil assinaram contrato de associação com o Banco do Espírito Santo, em

suas agências da África.



O BB, aliás, está dando gás ao Bradesco em empresas como a OdontoPrev, da

qual o banco privado é sócio. A parceria envolve estudos para criação de uma

empresa com 75% do capital da BB Seguros (49,99% das ações ordinárias e 100%

das preferenciais) e de 25% do capital total da OdontoPrev, equivalentes a

50,01% de suas ações ordinárias.



Ainda assim, festejam o sucesso da especulação



A feérica festa dos banqueiros - hoje uma meia dúzia - explica por si a

insanidade púrpura que desenvolve o culto ao masoquismo burilado. Até outro

dia, sabíamos todos que o capital financeiro é a terrível fonte da

apropriação perversa de toda a atividade produtiva. Agora, o discurso

inverteu. O sucesso da especulação é festejado em prosa e versos pelo

príncipe operário.



Um banco é um grande cassino onde rigorosamente o seu sucesso acontece na

proporção exata da espoliação dos seus clientes. O banco de hoje é ainda

mais insaciável do que nos idos do primeiro Rothschild, ou nos tempos em que

assassinaram dois presidentes norte-americanos para forçar a criação do

Federal Reserve privado, intento conseguido em 1913, pelas mãos de um

ex-reitor corrupto, o presidente Thomas Woodrow Wilson, financiado em sua

campanha por J.P Morgan e coleguinhas.



São mais vorazes porque já não vivem só da usura. Para explorar clientes

indefesos, muitos compulsórios, cobram por uma porção de serviços.



Ao todo, as receitas com cobrança de serviços impostos - tarifas bancárias,

de fundos de investimentos, de seguros etc. - saltaram 83% entre as eras FH

e Lula, somando R$ 258,7 bilhões só entre 2003 e junho passado, segundo a

Economática. No caso do Bradesco, as receitas com serviços cresceram 130% no

período, somando R$ 76,1 bilhões.



Demitindo e contratando por salário menorCuriosamente, essa engorda

festejada por Lula e pelo PT se deu junto com a redução do número de bancos,

tendência cada vez mais observada. Como é da lógica do capital, as fusões

vieram com demissões em massa de bancários e fechamentos de agências. Só no

primeiro semestre de 2010, os bancos demitiam 18.261 empregados, segundo o

DIESE.



E mais: quando voltam a contratar, os bancos estão pagando menos 38% a cada

bancário, como constatou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo

Financeiro. Em média, os demitidos ganhavam R$ 3.500,00. Seus eventuais

substitutos recebem R$ 2.200,00.



Como compensação, em 2009, o governo determinou a abertura de 15 mil vagas

nos bancos oficiais. Isto é, os privados "enxugam e otimizam" seus custos.

Os públicos são chamados a compensar, com reflexos inevitáveis em seu

desempenho.



Banco, uma fraude pela própria naturezaQuando digo que sujeitar a economia

de um país à banca é uma temeridade, não estou inventando a roda. A crise do

ano passado foi parida no sistema financeiro da economia mais serelepe do

mundo. Mas se quiser saber mais, nos mínimos detalhes, sugiro ler o estudo

de Nehemias Gueiros Junior, da FGV, que mostra a maior fraude da história

Vale repisar: banco não tem dinheiro; especula com o meu, o seu, o nosso

depósito. Porque qualquer peão tem de abrir uma conta para receber salário -

aí ele é atacado por todos os lados, obrigado a ter cartão de crédito e a um

monte de "produtos" empurrados goela abaixo.



Como você deve saber, a economia brasileira está na mão do Banco Central,

que está na mão de um banqueiro nascido e criado no valhacouto dos agiotas.

Senhor dos anéis, o BC joga principalmente com as taxas de juros, como forma

de inibir a inflação. Só que a cada elevação da taxa básica, os bancos se

enchem de gás para aumentar suas próprias taxas.



Então, temos:



1) as taxas cobrados aos clientes são muito maiores do que a oficial;



2) os bancos remuneram nossas aplicações na renda fixa por uma mixaria tão

braba que por meses a inflação subiu mais. Mas na hora de emprestar é um

horror: o cheque especial, por exemplo, cobra mais de 100% ao ano.



No contexto universal, os bancos sediados no Brasil registraram lucros

maiores do que os do primeiro mundo. Curioso, não acha? Desde 2005, A

rentabilidade sobre o patrimônio líquido de bancos brasileiros superou o

resultado obtido pelas maiores instituições dos Estados Unidos. É o que vem

mostrando o ranking de ROE (Return on Equity, rentabilidade sobre o

patrimônio), no qual quatro bancos brasileiros figuram no topo da tabela

entre os 20 maiores por ativos.



Não há estatísticas oficiais, mas todo mundo sabe que os bancos são campeões

de leis e decisões judiciais em seu favor, graças a um lobby sinistro

mantido pela Febraban, que joga na onze: exemplo emblemático foi a boca

livre organizada para magistrados em 2006, descrita com maestria por

Fernando Rodrigues, na FOLHA DE SÃO PAULO:



"O feriado de Sete de Setembro foi especial para 16 ministros (dois

aposentados) do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e 31 desembargadores de

sete Estados: eles receberam passagem e estada grátis no resort de luxo

Transamérica da Ilha de Comandatuba, no litoral baiano, para assistirem a

algumas palestras sobre como funciona a arquitetura do crédito do sistema

bancário brasileiro.O patrocínio do evento foi da Febraban (Federação

Brasileira de Bancos), que arcou com uma fatura de ao menos R$ 182 mil com

hospedagem e transporte dos 47 juízes".E os políticos? E os príncipes do

Banco Central que ou vieram dos bancos privados, como o Meireles, ou se

tornam banqueiros depois que deixam os cargos oficiais?



Francamente, à luz do dia não dá para entender a omissão e cumplicidade

desse grupo dito de esquerda, que está por cima da carne seca e tende a

perpetuar-se no poder por muitos longos e tenebrosos invernos.

Os pecados e as opções de Plínio, Serra e Marina

terça-feira, 24 de agosto de 2010 Os pecados e as opções de Plínio, Serra eMarina.http://edupiza.blogspot.com/2010/08/os-pecados-e-as-opcoes-de-plinio-serra.html
Plínio diz que homossexualidade é pecado, um erro.
Uma das minhas grandes diferenças com algumas pessoas de igrejas e religiões é que elas têm a viva arrogância e firme convicção de chamar para si o papelquase que exclusivo de intermediação e de interpretação das palavras,pensamentos e até sentimentos de Deus, não admitindo concorrência nestemercado, que não tem crise de clientes. Não é a toa que o papa é chamado de pontífice, pois ele faria a ponte entreos Homens e Deus. Assim, também, nas revelações divinas recebidaspor bispos, pastores, apóstolos e outros "*escolhidos*", há sempre umasituação cômoda de privilégio daquele "*intermediário*". Ele é quem sempredá a última palavra: Deus disse isto, Deus quer aquilo, Deus não gostadaquiloutro, ainda que tudo seja fruto da sua imaginação, tão somente.Afinal, quem tem coragem de contestar a vontade ou a palavra de Deus?
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2TO5yHt9WT858B-veGAYW8ptrgXyWTnp5Y2amTTBCdN59mvF2tispwDSO71N0nAXmxS98CsLFAuRvTt2TZkFNKSzUnTXeRGWp7lLdsz74iQipDF2aPdxxy4S5R4KfTXv6af90haSEpTQ/s1600/pedofilia.jpg
 Daí, o charlatanismo, a safadeza e o enriquecimento ilícito à custa da boafé do povo ficam tão perto, e não se pode, e nem se consegue, separar o joiodo trigo. Os intérpretes de Deus, ou os seus representantes naterra, escolhidos e iluminados, usam e abusam sexualmente de crianças,protegidos pela cumplicidade criminosa e episcopal. Estelionato, bíbliasrecheadas de dólares nas alfândegas, e até lavagem de dinheiro são práticascorriqueiras neste mundo que ignora Deus, mas fatura alto usando seu santonome, em vão. É obvio que não são todos assim. Mas, na hora que se fala de orientaçãosexual, até o trigo vira joio. https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji5S8vqaNK-4osELK67cWEKAXFq2tMjiizQ1_rthD8YuLdvsD_RKtEqVEfFfaerX6h1vM7NhaYSbZwU8w0Ye-KpFqTAI_UIwkIYocUoRL2VbPI-oGm_MWKzWJ45tYSZcylciX6DaFea38/s1600/dizimos.jpg
É por esta razão que não é nada fácil para gays (LGBTs) ter que lutar eafirmar sua individualidade, personalidade, orientação sexual, tendosempre como opositores pessoas que resistem em reconhecer e respeitar osdireitos fundamentais, em especial o da dignidade da pessoa humana. Pessoasque insistem em dizer que a homossexualidade é contra a vontade de Deus, eportanto se constitui em pecado. Nesta luta cotidiana de buscar um lugar ao sol da cidadania e do respeitoaos direitos humanos, para quem se entusiasmou com o beijo gay no programaeleitoral do PSOL, aqui vai um recado que vale a pena levar em conta: ocandidato daquele partido à presidência da República, o católico Plínio deArruda Sampaio considera a homossexualidade *“um pecado, um erro”.* Ele fezessa afirmação durante o debate realizado na segunda-feira à noite,24.08.10, e transmitido pelas emissoras católicas Canção Nova e RedeAparecida. A candidata Marina Silva, do PV, também usou a palavra “*pecado*”ao se referir ao assunto. A petista Dilma Rousseff, que lidera disparada aspesquisas de intenção voto, não compareceu ao debate.
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Um dos entrevistadores quis saber o que os candidatos achavam sobre oprojeto de lei, que está no Congresso, que criminaliza a homofobia. Segundoo entrevistador, que estava ali para defender o ponto de vista das igrejas,o projeto quer “impedir os cristãos de manifestarem o livre pensamento desua religião sobre o assunto”, ou seja a homossexualidade. Usando a expressão *“opção sexual”* para se referir à homossexualidade,Plínio disse que não leu o projeto e respondeu de forma genérica: *"Sou contra qualquer forma de desigualdade e discriminação. Mas, essa partede proibir os cristãos de dizerem o que pensam, dentro da nossa fé, nãoaceito. Eu não aceito que nós cristãos não possamos dizer que isso é umpecado, um erro. Isso é uma coisa. Outra coisa é perseguir, mexer, humilhar.Não se pode humilhar uma pessoa por causa da sua opção sexual.”* O candidato do PSDB, José Serra, que disse também não ter lido o projeto,referiu-se à homossexualidade como *“preferência”* sexual. Eis o que elerespondeu: *“Acredito que a questão da preferência sexual não pode ser objeto dediscriminação, perseguição, humilhação, como disse o Plínio. Que asreligiões tenham determinados princípios, crenças em relação a essa questãoé perfeitamente normal, compreensível. Eles têm o direito de considerar quedentro de sua igreja deve-se pregar contra o homossexualismo, contra coisasque correspondem à sua fé, sua interpretação da fé. Não li o projeto. Aminha preocupação é saber onde começa e até onde chega. Ele não pode proibiruma manifestação dentro de uma igreja.”*
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Mais adiante Serra acrescentou: *“No Brasil tem até esquadrões para matartorturar, ou simplesmente agredir pessoas que tem preferências sexuais porquem é do mesmo sexo. É uma barbaridade. Isso é crime. Que uma religião nãoaceite a idéia do homossexualismo, que considere que deve pregar contra essaprática para seus fiéis é uma coisa, outra é a questão social que estáenvolvida, a questão da discriminação e até da violência.”*
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A candidata do PV, que é evangélica, não foi indagada diretamente sobre otema. Mas procurou abordá-lo em outro momento, quando falava sobre asatanização que ocorre nos debates sobre aborto, homossexualidade e outrostemas ligados a fé e comportamento. Ela disse: *“Jesus sempre tinha umaforma de tratar com esses temas. Ele dizia: ‘vocês dizem que é assim eassado do ponto de vista religioso, eu, porém vos digo...’ Fico pensandoqual seria o ‘eu, porém, vos* *digo’, em relação aos homossexuais. Asigrejas tem o direito de se posicionarem, dizendo o que é pecado. Noentanto, temos que ter um olhar de respeito. Ninguém pode exigir como parteda sua preleção o direito de humilhar e discriminar quem quer que seja e eusei que não é isso que os padres e pastores estão reivindicando.”* Não sei aí quem é pior, se são os intérpretes de Deus, ou os candidatosPlínio, Serra e Marina. Não é implicância minha, mas faltou alguém falar nodebate sobre direitos civis, direitos humanos, pois os discursos pautaram-sesempre na idéia de tratar os LGBT como *"coitadinhos deles".* *"O que elesfazem, por OPÇÃO própria, é pecado. Mas, como nós somos "escolhidos" (e aípode ser escolhido por Deus ou pelo voto), não vamos deixar que batamneles." * Faltou esclarecer que para ser Presidente da República não se pode transigirsobre certos assuntos, como moralidade pública - não roubar, racismo - nãopermitir qualquer discriminação em razão da cor da pele, sexismo - tratarigualmente homens e mulheres e homofobia - não permitir qualquerdiscriminação em razão da orientação sexual, inclusive a divulgação da idéiaque homossexualidade é pecado). Não sou um iluminado, nem escolhido, nem tive qualquer revelação, etempouco vivo de dízimo. Diferentemente das Igrejas, não tenho isençãofiscal. Mas, interpreto e sei bem identificar a homofobia embutida nasperguntas dos "*escolhidos de Deus*" e um compromisso frouxo edesinteressado, assumido pelos três candidatos, com o respeito aos direitoshumanos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros etransexuais.
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Este debate me ajudou a decidir que não irei votar em nenhum dos três. Elesque fiquem com suas idéias de pecados e de opções. Eu quero para presidentequem tenha idéias e compromissos firmes de direitos humanos, de igualdade,de não descriminação, de não violência e de não preconceito. E que tenhacoragem de dizer isto claramente, em alto e bom tom.

A renúncia de Jânio (1961)

A RENÚNCIA DE JÃNIO






Laerte Braga



Há quarenta e nove anos atrás Jânio Quadros renunciou a presidência da República. Sete meses após sua posse. Minutos depois da leitura da carta renúncia pelo presidente do Senado, Auro Soares de Moura Andrade (PSD/SP), já ex-presidente e ao volante de um DKW da Vemag, Jânio disse a jornalistas que nunca mais poria os pés em Brasília, “cidade maldita”. Afirmou que iria ser pedreiro em Cuba.







“Forças ocultas” foi a expressão usada por Jânio Quadros, um mato-grossense que fez carreira política em São Paulo, para justificar o ato. Em seus sete meses de governo proibiu brigas de galos, desfile de miss com biquíni e instituiu o slack como uniforme do funcionalismo público.







Deixou Douglas Dillon secretário do Tesouro dos EUA falando sozinho para encenar um show de Brasil independente e mandou que cada chefe de repartição conferisse o ponto de cada funcionário público, aumentando em meia hora o expediente.







Atribuir a renúncia de Jânio a umas doses a mais é simplificar demais o fato. As doses a mais faziam parte do dia a dia do presidente e começavam pela manhã, estendiam-se pela tarde e encerravam-se à noite, já em profunda embriaguez. Aí ia assistir a faroestes de trás para a frente.







Outro hábito de Jânio eram os famosos bilhetinhos. Enviava-os aos seus ministros com determinações curtas, tudo com cópia para a imprensa.







Jânio era marqueteiro de si próprio. Um dos grandes demagogos de nossa história. Construiu a fama de político honesto e deixou um patrimônio objeto de disputa judicial por seus herdeiros em torno de cem milhões de dólares. No exterior, lógico.







O ex-presidente acreditava que sua renúncia criaria um clima de comoção popular e voltaria ao poder nos braços do povo com amplos poderes. Poderes de ditador. Mas esqueceu de combinar o golpe com seus ministros militares e seus principais aliados. Pelo contrário, deixou alguns pelo caminho, caso de Carlos Lacerda.







Na antevéspera da renúncia chamou Lacerda a palácio, a conversa permanece mais ou menos sigilosa até hoje e ao final o ministro da Justiça, Pedroso Horta, mandou que as malas de Lacerda fossem postas à porta de saída do Planalto.







Na noite do dia seguinte Lacerda foi a tevê e em seus costumeiros e virulentos discursos usou de todo o arsenal de acusações que guardava desde os tempos de Getúlio Vargas, para ocasiões em que seus interesses eram contrariados.







No dia 24 de agosto Jânio recebeu em palácio o ministro da Indústria e Comércio de Cuba, nada mais e nada menos que Ernesto Chê Guevara para condecorá-lo com a Ordem do Cruzeiro do Sul. O fato indignou a direita brasileira.







O marechal Lott, adversário de Jânio nas eleições de 1960, passou a campanha inteira advertindo aos brasileiros que a eleição do ex-governador de São Paulo levaria o País ao caos, a uma crise institucional, cujas conseqüências seriam dias sombrios e tenebrosos.







Quase que simultaneamente à renúncia de Jânio, Lott divulgou um manifesto de apoio à legalidade, vale dizer, a posse do vice-presidente da República João Goulart.







O golpe que Jânio não combinou com ninguém, aí sim, a “mardita pinga” deve ter influenciado, começou quando sem maioria no Congresso tentou atrair uma das principais lideranças do PSD (maior bancada), o ex-presidente Tancredo Neves, oferecendo-lhe uma embaixada no exterior. A Bolívia foi a “oferta” de Jânio a Tancredo (o mineiro havia sido derrotado por Magalhães Pinto nas eleições para o governo de Minas e estava sem mandato). A surpresa veio por conta da recusa de Tancredo. Simples, respeitosa e direta. “sou de um dos partidos que fazem oposição ao seu governo, agradeço a lembrança, sinto-me honrado, mas declino do convite”. Mais ou menos assim.







O peso de Tancredo em setores do pessedismo não era maior, por exemplo, que o de José Maria de Alckmin, mas sua presença entre os petebistas, partido de Jango, era respeitada e acatada por setores expressivos daquele partido, o antigo PTB. A idéia de Jânio era neutralizar o ex-ministro da Justiça de Vargas, jogá-lo fora da arena política.







Mais à frente incumbiu o vice-presidente João Goulart, com quem vinha tendo atritos, de missão na China Comunista. O objetivo era o mesmo, afastar Jango do cenário político nacional, colocá-lo num país objeto de visceral ódio da maioria dos militares brasileiros, limpar o terreno para o golpe.







Sabia que a primeira conseqüência de sua renúncia seriam as reações de setores das forças armadas à posse de Jango, incluindo os seus três ministros militares (Odílio Dennys, Grum Moss e Sílvio Heck – Guerra, Aeronáutica e Marinha).







O problema Lacerda, na cabeça de Jânio era simples. A vocação golpista do antigo governador do extinto estado da Guanabara aflorava à sua pele em cada pronunciamento que fazia. Só não contava com a reação de Carlos Lacerda ao seu projeto de virar ditador, já que Lacerda alimentava o sonho de suceder a Jânio. Esse desejo era maior que o desvio golpista. E além do mais Lacerda enfrentava problemas nos negócios, particularmente o jornal TRIBUNA DA IMPRENSA, que pretendia transformar em algo semelhante ao que o GLOBO é hoje.







Porta voz da insensatez e da mentira. O que faz de forma bem sensata, aliás.







Jânio puxou a escada, deixou Lacerda seguro só na brocha.







Cumpriu os protocolos, digamos assim, do dia 25 de agosto, dia do Soldado, não deu na pinta que o gesto tresloucado viria uma ou duas horas depois, entregou a renúncia a Pedroso Horta, ministro da Justiça e esse ao presidente do Senado. A despeito dos apelos de Afonso Arinos, ministro das Relações Exteriores e que correu a assumir o mandato de senador para tentar evitar a renúncia, Auro Soares de Moura Andrade leu a carta e aceitou a renúncia.







Afonso Arinos queria colocar em votação e Auro foi direto depois de ouvir Tancredo. “A renúncia é um gesto de vontade unilateral, não cabe ser discutida”.







Na ausência do vice-presidente, João Goulart, em missão na China (o Brasil não tinha relações diplomáticas com o governo de Pequim e Jânio mandara Jango para iniciar um diálogo com o governo de Mao Tse Tung e Chou En Lai), o presidente da Câmara, Ranieri Mazili (PSD/SP) foi empossado no cargo.







Os três ministros militares, de pronto, se colocaram contra a posse de Jango tachando-o de comunista. Não encontraram apoio nem entre udenistas históricos caso de Adauto Lúcio Cardoso, nem em boa parte da caserna. Mas assumiram o controle do Brasil.







A reação veio do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Do antigo PTB, cunhado de Jango e que começava a despontar como liderança nacional a partir das ações de seu governo, principalmente na área da educação.







Brizola, com ele e uns poucos secretários e assessores transformou o Palácio do Piratini em centro da resistência democrática. Criou uma rede de emissoras de rádio a que chamou de CADEIA DA LEGALIDADE, usada para denunciar o golpe, defender a posse de Jango, a legalidade democrática.







Ao contrário dos ministros militares encontrou eco em todo o Brasil e em diferentes forças políticas. Teve o apoio da Brigada Militar do Rio Grande (PM), o Piratini foi pequeno para abrigar voluntários, muitos chegando de várias partes do Brasil e em meio a incertezas recebeu o apoio do comandante do III Exército, general Machado Lopes.







Lott que conclamara através de um manifesto a defesa da legalidade fora preso pelos golpistas, isso no Rio de Janeiro onde se encontrava. O marechal Nilo Sucupira foi o encarregado de prender o marechal.







Jango, estava em meio a um périplo para voltar da China ao sabor dos fatos que aconteciam no Brasil. Encarregou Tancredo Neves de negociar em seu nome. Um acordo feito com os golpistas em torno da emenda parlamentarista de Raul Pila (Partido Libertador, RS), pôs fim à crise.







Brizola aceitou a solução negociada, mas declarou-se contrário ao que chamou de “expediente golpista”. Tancredo Neves foi o primeiro-ministro indicado por Jango e Ernesto Geisel o porta-voz do vice-presidente, agora presidente, junto aos ministros militares do ex Jânio Quadros.







E se não me falha a memória, Jânio Quadros e suas esquisitices deliberadas, propositais, embarcou para a Europa num navio cargueiro, me parece que o Uruguai Star. Nos momentos seguintes à sua renúncia, na base aérea de Cumbica, em São Paulo, ao saber que o fato estava consumado, teve uma forte crise de choro.







O golpe falhara.







Um ano depois tentaria voltar ao governo de São Paulo. Foi derrotado por Ademar de Barros (a quem havia vencido em 1954). O governador Carvalho Pinto, oriundo do chamado janismo não absorvera a renúncia do seu antigo líder e um terceiro candidato, José Bonifácio, dividiu o eleitorado janista. Àquela época não havia segundo turno, uma eleição para governos estaduais ou presidente da República era decidida por maioria simples.







A renúncia de Jânio escancarou mais ainda as portas para o golpe real.







O outro golpe, o de 1964, começou em 1950, na segunda derrota do brigadeiro Eduardo Gomes (UDN). A primeira para o marechal Dutra e a segunda para Getúlio Vargas. Quase se materializou em 1954 no manifesto dos coronéis contra a presença de Jango no Ministério do Trabalho (Getúlio havia dobrado o valor do salário mínimo e nem as elites e nem militares subordinados a elas aceitaram a medida) e da crise provocada pelo assassinato do major Rubens Florentino Vaz, que na verdade foi um atentado contra Carlos Lacerda, deputado e principal líder da oposição a Getúlio.







Um inquérito que mostrou membros da guarda pessoal de Vargas envolvidos no crime deu ensejo a que militares da Aeronáutica, na chamada REPÚBLICA DO GALEÃO, pregassem abertamente o golpe. O suicídio de Vargas abortou o golpe, comoveu o país e o vice, o potiguar João Café Filho, ligado a Ademar de Barros, assumiu o governo. De cara deixou Ademar e migrou para o udenismo.







A eleição de JK por pouco não foi para o brejo na tentativa golpista abortada pelo marechal Lott, ministro da Guerra (hoje, Secretaria do Exército). Em 11 de novembro de 1955 e no governo de Juscelino, duas revoltas localizadas e levadas à frente por setores da Aeronáutica fracassaram.







Nada do que Lott dissera que aconteceria ao Brasil na hipótese da eleição de Jânio deixou de acontecer. Em 1º de abril de 1964 militares de extrema-direita, subordinados aos Estados Unidos e comandados pelo general norte-americano Vernon Walthers, derrubaram Goulart, assumiram o governo e até 1984 produziram o pior filme de terror de nossa história, real e sofrido.







A última cena ainda não foi protagonizada. A punição dos responsáveis pelo período de barbárie. Se auto anistiaram. É uma espécie de the end necessário para cicatrizar feridas abertas pela barbárie dos DOI/CODI e das OPERAÇÕES CONDOR.







Jânio conseguiu voltar à Prefeitura de São Paulo, em 1965, derrotando Fernando Henrique Cardoso.







No dia da sua posse pendurou um par de chuteiras à porta do seu gabinete anunciando que estava terminando sua carreira.







E ainda assim tentou “inovar” para melhorar o trânsito de veículos automotivos na capital paulista. Queria o patinete a motor.







Sua reputação por pouco não vai abaixo literalmente, quando sua filha quis denunciá-lo por corrupção, abusos, etc. Foi salvo por Ulisses Guimarães que preferiu não deixar a história vir a público e segurou Tutu Quadros, deputada e filha do ex.







Se a ditadura foi uma noite de horror, Jânio foi um drama lamentável com laivos de loucura consciente, se é que posso escrever assim, estudada, pensada.







Sanduíche de mortadela e um copo de pinga, os ingredientes preferidos em suas campanhas políticas, mas de público, de forma ostensiva e visível, para que todos pensassem que com o boné de motorneiro de bonde, de fato dirigia um bonde.







Descarrilou. Pior descarrilou o Brasil.







A versão atual de Jânio é também um ex-prefeito da capital de São Paulo e ex-governador do estado, José Arruda Serra.







A diferença está no fato de Arruda Serra ser abstêmio. O que conta a favor de Jânio. Como costumo sempre lembrar e como dizia o poeta Sílvio Machado, “não conheço nenhuma boa idéia surgida em leiteria”.







Um detalhe. O vice de Jânio era Milton Campos, anos luz à frente de Índio da Costa (nem deve saber quem foi Milton Campos). E antes de renunciar à presidência, Jânio renunciou à candidatura. É que a UDN havia indicado Leandro Maciel, um senador sergipano para vice. Jânio sabia que a despeito de ser um político honrado, não acrescentaria nada à sua chapa, pelo contrário, poderia complicar uma eleição fácil.







No período da ditadura militar tentou ensaiar algumas declarações contra o regime militar, acabou inovando, cumpriu a primeira pena de confinamento desde não sei quando em nossa história. Foi para Corumbá, onde ficou 45 dias por determinação do marechal Castelo Branco. Sossegou em seguida, foi cuidar de outro Sossego, esse com letra maiúscula. Uma das marcas mais famosas de pinga àquele tempo e escreveu uma gramática e uma coleção de história do Brasil, uma delas em parceria com Afonso Arinos.







Arinos recuperou-se e curou-se da doença, registre-se nos autos a bem da verdade.







E como dizia Jânio, “fi-lo porque qui-lo”.

Justiça é parte essencial da democracia e da fé

Frei Fernando de Brito: ‘Justiça é parte essencial da democracia e da fé’




Tatiana Félix *





Adital -







Frei Fernando de Brito lança hoje (25), em Fortaleza, Ceará, seu livro "Cartas da Prisão e do Sítio", dando início à série Coleção Ao Portador, do Instituto Frei Tito de Alencar. O lançamento acontecerá às 18h, no auditório Rachel de Queiroz, bloco Ícaro de Sousa, na Av. da Universidade, 2762, no bairro Benfica e encerra as atividades da I Semana Municipal de Direitos Humanos Frei Tito de Alencar, que acontece na capital cearense desde a última segunda-feira (23).



A iniciativa do Instituto Frei Tito pretende resgatar as memórias do período em que os frades dominicanos, como Frei Tito e Frei Fernando, defenderem um sistema socialista, além disso, fortalece os debates sobre Lei da Anistia, novas práticas de tortura, o papel da igreja e dos Direitos Humanos.



Sobre a primeira parte do livro, "Cartas da Prisão", Frei Fernando informou que o objetivo dos religiosos presos era escrever aos seus familiares e amigos denunciando o que acontecia na prisão, as injustiças cometidas e a perseguição política. "A gente estava em uma situação semelhante a dos cristãos como Paulo, que escreveram o Evangelho," comparou.



Frei Fernando recordou que na época da ditadura, muitos diziam que o movimento contra a repressão era fraco e que eles não conseguiriam implantar o Socialismo. "Mas, a luta era contra a repressão, contra a tortura e pelos Direitos Humanos, e não pela implantação do socialismo", esclareceu.



Ele destacou que ainda hoje existe tortura, praticada em delegacias, por policiais e por grupos de extermínio, mas, ressaltou que, apesar de precisar ainda de avanços, a democracia foi uma conquista. "Muitas conquistas vieram deste tempo. Hoje, temos os Direitos Humanos e meios de comunicação que dão espaço para esse movimento sem que haja perseguição", completou.



Já a segunda parte da obra, "Cartas do Sítio", são relatos de uma época posterior, quando em 1996, ele passou a viver no Sítio do Conde, no litoral norte do estado da Bahia. "Queria manter contato com amigos de outros estados. As cartas transmitem a vivência de coisas pequenas com o povo pobre, são fatos reais relatados com sentimento, angústia, alegria, desespero, solidariedade", explicou.



Frei Fernando disse que o que liga estes dois momentos tão diferentes registrados no livro, é o povo. "Dentro da prisão, era um universo político daqueles que lutaram pelo povo, e no Sítio são os relatos das necessidades e costumes vividos do povo pobre, como eles vivem o amor de Deus por eles. É outra forma de lutar pelos Direitos Humanos", afirmou.



Para ele, a publicação das obras que compõem a Coleção Ao Portador e a realização da I Semana Municipal de Direitos Humanos Frei Tito, junto com outros eventos que acontecem pelo país, fortalecem toda a Rede que luta pelo fim da tortura, pela revisão da Lei da Anistia e pela implantação dos Direitos Humanos. "A gente não pode esquecer a justiça é parte essencial da democracia e da fé", finalizou.



Frei Fernando



Frei Fernando é um frade dominicano, nascido em Visconde do Rio Branco, em Minas Gerais. Foi preso político entre os anos de 1968 e 1974 em São Paulo e sofreu sessões de tortura por proclamar o Evangelho e lutar pelo fim da ditadura no país. Atualmente, o religioso vive na Bahia, lutando pelo fim das desigualdades sociais.



Para conhecer os relatos de Frei Fernando acesse: http://frbritoop.blogspot.com/





* Jornalista da Adital

Era Lula: voto útil ou rendição?

Era Lula: voto útil ou rendição?




Sérgio Domingues



Muita gente boa de luta apóia o governo Lula. Dizem que o governo petista está longe de ser perfeito, mas é o mal menor. Por isso, estão apoiando Dilma Rousseff. É o chamado voto útil.



Mas, não basta dizer que o atual governo melhorou a situação dos pobres. Nem que há mais diálogo com os movimentos. Ou que foram criados mais empregos. Tais elementos podem ser positivos, mas não fazem a diferença necessária na dura luta de classes que travamos.



A verdadeira questão é: o governo atual colaborou para fortalecer a luta dos trabalhadores e do povo em geral? A resposta é negativa.



As ações do PT à frente do Executivo enfraqueceram e confundiram as organizações populares e dos trabalhadores. Muitas delas tornaram-se dependentes de verbas oficiais. Algumas entraram no caminho da burocratização. Outras já eram dependentes e burocráticas. Estão adorando. O resultado é o enfraquecimento das lutas populares.



Do lado dos patrões, a tranqüilidade é quase geral. Alguns desconfiam da intimidade entre PT, CUT, MST, movimentos de negros, indígenas, mulheres, gays etc. Mas, poucos realmente sentem alguma ameaça real. A maioria confia na capacidade lulista de controlar esses "baderneiros".



E estão certos. Sob o governo Lula, a radicalização das lutas foi mínima. Imperaram os pedidos educados e chorosos. Sempre recusados pelo governo, sem choro nem vela.



Um governo Dilma seria dominado pelo PMDB. Um partido de confiança da classe dominante. A própria candidata já avisou, por exemplo, que não vai tolerar “invasões do MST".



É hora dos movimentos sociais fazerem um balanço radical do papel do governo Lula. Do contrário, vamos confundir voto útil com rendição.





FONTE: Pílulas Diárias

SITE: http://pilulas-diarias.blogspot.com

PUBLICAÇÃO: 17/08/2010

Uma agressão à História

TENDÊNCIAS/DEBATES




Uma agressão à história



SILVIA HUNOLD LARA





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Um artigo do projeto de novo Código de Processo Civil viola regras arquivísticas básicas e reforça a moda de limpar o passado destruindo fontes

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Uma nova versão do Código de Processo Civil está em discussão no Senado. Certamente, haverá polêmica. Mas há pelo menos um artigo que precisa ser modificado desde já: o de número 967, que restaura o antigo artigo 1.275 do atual código, de 1973, que autorizava a eliminação completa dos autos findos há mais de cinco anos, "por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado".

O texto atropela a obrigação do Estado de preservar documentos históricos, viola regras arquivísticas básicas e reforça a moda burocrática de limpar o passado destruindo fontes importantes para a memória do país. Se o artigo proposto se transformar em lei, um número incalculável de processos cíveis pode ser destruído.

A medida tem antecedentes históricos. Em 1890, Rui Barbosa mandou queimar os documentos referentes aos escravos existentes na Tesouraria da Fazenda, para impedir que ex-senhores insatisfeitos com a abolição reclamassem indenizações.

O acesso aos documentos do Judiciário, sobretudo da área cível, permitiu aos historiadores contornar parcialmente esse ato lesivo, possibilitando recuperar cópias dos registros da propriedade escrava, com dados indispensáveis para o estudo da demografia e da economia escravistas.

Além da vida cotidiana das fazendas e engenhos, essa documentação permitiu conhecer melhor as negociações em torno da alforria e reconstituir a atuação de abolicionistas negros radicais, como Luiz Gama, e acabou por redimensionar a história da escravidão e da liberdade no Brasil.

Basta substituir "fazendas e engenhos" por "empresas e fábricas", "escravo" por "operário" e "abolicionistas" por "sindicalistas" nas linhas acima para se ter a dimensão do estrago que a autorização proposta pelo artigo 967 pode causar.

Em 1975, depois da gritaria de historiadores, juristas e arquivistas, o tal artigo 1.215 foi suspenso pela lei nº 6.246. Isso não impediu que, em 1987, a lei nº 7.627 voltasse a usar os mesmos termos para autorizar a eliminação de processos da Justiça do Trabalho.

Nessa área, argumentos facilmente contestáveis, como a necessidade de reduzir custos de armazenamento ou uma interpretação retrógrada e restritiva da cláusula que manda recolher aos arquivos públicos os "documentos de valor histórico", têm sido usados para justificar a destruição de centenas de milhares de processos trabalhistas, apesar da intensa movimentação de pesquisadores, arquivistas e magistrados.

Rui Barbosa pelo menos lidava com questões mais concretas. No caso do atual projeto de lei, nada justifica tal barbaridade. O Senado tem agora o dever de corrigir esse atentado à cidadania -ou será cúmplice desse crime?

Por que não aproveitar a ocasião para mudar, inscrevendo em lei a necessidade de proteger de fato o patrimônio público nacional, do qual fazem parte os processos judiciais (cíveis, criminais e trabalhistas)? Isso, sim, seria um bom modo de entrar para a história! Com a palavra, os senadores.







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SILVIA HUNOLD LARA é professora do departamento de História da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Reportagens da repreesão da ditadura militar - TV RECORD.

A TV Record apresentou uma série de 4 matérias sobre os sítios clandestinos da repressão.
 
 

Dia 16 de agosto : 
"Sitio 31 de março e Casa da Morte de Itapevi"
 


Dias 17 e 18 de agosto:
"Perfil do dono do sítio 31 de março e os financiadores da repressão"
 
                                                         
 
e
                                                                

Dia 19 de agosto :
"Operação Condor (com a denúncia da  existência de um escritório da Condor em São Paulo) e Casa de  Petrópolis"
 
                                                                            
http://noticias.r7.com/videos/apenas-uma-pessoa-sobreviveu-as-torturas-sofridas-em-uma-casa-em-petropolis-nos-anos-70/idmedia/0ed74eacf43f54565ef3300bdf77a56c-1.html

Plínio visitou o acampamento sem terra em SP no dia 18 de agosto

Plínio de Arruda Sampaio visita acampamento de sem-terra em SP

Candidato do PSOL ouviu queixas sobre a dificuldade para regularizar a terra. Plínio disse que pretende assentar todas as famílias sem-terra do país.

O candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, visitou, nesta quarta-feira, um acampamento de sem-terra em São Paulo.
Plínio de Arruda Sampaio, chegou, no começo da tarde, na área ocupada que fica no extremo oeste da cidade de São Paulo. Acompanhado de integrantes da Pastoral da Terra, conversou com as pessoas que vivem ali e ouviu queixas sobre a dificuldade para regularizar a terra, ocupada há oito anos.
Durante a visita ao acampamento, o candidato do PSOL disse que pretende assentar todas as famílias de sem-terra do país em quatro anos. Segundo Plínio, os recursos viriam da renegociação da dívida pública brasileira.
“Reduzindo a dívida, a gente chama os credores maiores, não os menores, maiores e diz: ‘Olha aqui, você não pode receber em cinco anos, você não pode receber em três anos, você não pode receber em dez anos. Com esse dinheiro nós assentamos todas as famílias de sem terra do Brasil’”, disse.
 

O problema da Heloisa Helena

PSOL pressiona, mas participação de Heloísa Helena em programa de Plínio é incerta

Presidente do partido divergiu dos colegas de sigla ao declarar apoio a Marina (PV)

Marina Novaes, do R7
O PSOL tenta convencer Heloísa Helena (AL) a gravar uma participação no programa eleitoral de Plínio de Arruda Sampaio, candidato da sigla à Presidência, mas a aparição da ex-senadora na TV ainda é incerta. Embora presida o partido, ela divergiu dos colegas ao declarar apoio à candidatura de Marina Silva (PV), de quem é amiga desde os tempos em que ambas eram do PT. O “sumiço” de Heloísa Helena da campanha nacional deixa apreensivos os correligionários, que ainda aguardam um posicionamento da vereadora de Maceió sobre o apoio a Plínio. Os socialistas, porém, evitam criticá-la, e atribuem a ausência à sua candidatura ao Senado, como disse ao R7 o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).
- Certamente ela vai gravar [uma declaração de apoio] para as candidaturas do PSOL, mas neste momento ela está preocupada com sua própria campanha, porque há uma disputa forte pelo Senado em Alagoas. Agora, há sim uma pressão partidária e acho que ela vai cumprir com a sua missão de presidente do PSOL.
A expectativa da legenda é que o apoio da ex-senadora agregue alguns votos a Plínio, que ainda não conseguiu sair do “nanismo” na disputa. Nas pesquisas eleitorais mais recentes (Datafolha e Ibope), o socialista não obteve nem 1% das intenções de voto. Já Heloísa Helena, que em 2006 disputou a Presidência pelo PSOL, obteve cerca de 7% dos votos na ocasião.
O secretário geral do partido, Afrânio Tadeu Boppré, admite o impasse, mas diz que a legenda está dando “tempo ao tempo” para superar a crise e tentar chegar a uma solução que não cause estranhamento ao eleitor.
- Nós estamos fazendo uma mediação para que a Heloísa participe do programa, que é o programa do partido dela e que ela, quatro anos atrás, representou. Então fica muito estranho ela não aparecer. Nós vamos trabalhar para que ela cumpra esse papel político, mas ela ainda não gravou.
Apesar da pressão para que Heloísa Helena dê as caras, Valente afirma que o desempenho de Plínio na campanha mostra que o PSOL “anda de qualquer forma”, independentemente do apoio da integrante mais popular as sigla.
- O próprio desempenho do Plínio está mostrando que o PSOL anda de qualquer forma. Ou seja, tem um programa, tem um projeto e tem pessoas preparadas para levar esse programa adiante, independente disso [do apoio da ex-senadora]. Mas nós esperamos que ela venha colaborar também.
O R7 procurou Heloísa Helena para comentar sobre sua atuação na campanha nacional do PSOL pela Presidência, mas não conseguiu contato com a ex-senadora. A assessoria dela informou, porém, que a socialista tem dedicado boa parte de seu tempo a sua campanha ao Senado.

Plínio promete abolir os pedágios e estatizar os transportes públicos

Plínio promete abolir pedágios e estatizar transportes públicos

Portal Terra

DA REDAÇÃO - O candidato à presidência pelo Psol, Plínio de Arruda Sampaio, afirmou em entrevista à rádio Sulamérica Trânsito, que, se for eleito, terá como meta a retirada dos pedágios das estradas.
O candidato ainda acredita que eles não são necessários para que se mantenha a qualidade das estradas. "Se o Estado cobrasse a barbaridade que a iniciativa privada está cobrando, as rodovias teriam pedrinhas de brilhantes (...) aliás, sou contra o pedágio. Acho que não deveria ter. A meta é tirar o pedágio", afirmou Plínio.
O socialista acredita que o transporte é um direito do cidadão e um dever do Estado e, portanto, é ele quem deve ser o responsável. "Eu sou favorável ao metrô do Estado, a trem de Estado. Toda vez que você coloca uma atividade na mão do setor privado, a lógica do capital prevalece sobre o interesse da comunidade. Isso é uma questão congênita do capitalismo. Não quer dizer que não caiba capital privado no setor de transportes, mas esses grandes meios deveriam ser estatais", acredita.
O candidato do Psol também falou sobre aeroportos. Questionado sobre os constantes problemas em Congonhas, Plínio comentou sobre o plano de transformar Viracopos (Aeroporto de Campinas) no principal aeroporto de São Paulo. "Congonhas não pode ser aeroporto. A ideia de Viracopos era ser longe da cidade, em um lugar excepcional, e transferir tudo para lá. A (rodovia) Bandeirantes foi feita e pensada para ter um trem expresso que passasse pelos aeroportos", disse.
De acordo com Plínio, o plano era transformar o aeroporto de Congonhas em uma estação de embarque, um local para os passageiros realizarem o check in antes de embarcarem. A bordo de um trem bala, eles chegariam a Campinas. "Você não teria esse problema seríssimo, de aeroporto com pista pequena, sem possibilidade de aumentar, e com uma pressão enorme para aumentar o numero de voos".
Sobre educação no trânsito, Plínio acredita que no Brasil deveria ser implantado um sistema semelhante ao dos Estados Unidos, onde os estudantes têm aulas de condução, teóricas e práticas, na escola. "Seria perfeitamente possível. As fábricas forneceriam os automóveis de graça porque elas teriam um interesse", afirmou acrescentando que, em um possível governo, esse sistema seria posto em prática "imediatamente".
16:20 - 19/08/2010

O que é classismo?

O que é classismo?
 
 
 
Henrique Canary
de São Paulo (SP)
 
www.pstu.org.br
 
 
  <http://www.pstu.org.br/autor_indice.asp?id=35>
 
 
     • E m recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Lula declarou:
“Essa mistura de um sindicalista com um grande empresário e um documento que
fosse factível e compreensível pela esquerda e pela direita, pelos ricos e
pelos pobres, é que garantiu a minha chegada à Presidência”. Essa declaração
demonstra até que ponto o presidente se afastou dos princípios que deram
origem ao PT e à CUT e o lançaram no centro da cena política no início dos
anos 80.
 
     Lula é fruto de uma ideia que ele mesmo renega: a de que operários e
patrões são classes sociais inimigas. Por isso, os trabalhadores, em suas
lutas, devem trilhar um caminho próprio, ter sua própria política e suas
próprias organizações. A essa ideia de independência dos trabalhadores em
relação à burguesia chamamos classismo.
 
     O classismo foi a inspiração do movimento de massas nos anos 1980. Foi
em nome dessa ideia que Lula, na época, rejeitou a proposta de Fernando
Henrique Cardoso de formar, por fora do MDB, um novo partido democrático que
unisse trabalhadores e patrões. Pressionado pela força do ascenso operário,
Lula aderiu à ideia de construir um partido só de trabalhadores. Nascia o
PT, que combatia a ditadura e ao mesmo tempo não aceitava em seu interior
patrões e empresários.
 
     Os trabalhadores haviam derrotado a ditadura através da ação direta e
se sentiam fortes para se organizar e lutar de maneira independente, sem
concessões ou acordos políticos com a burguesia e o governo. O 3º Congresso
da CUT, realizado em 1988, proclamava: “A CUT entende que não pode haver
pacto entre desiguais, e que nesse tipo de pacto os trabalhadores só têm a
perder. Por isso, a CUT se manifesta firmemente contra qualquer tentativa de
acordo ou pacto que tenha por objetivo retirar conquistas ou restringir a
liberdade que a classe trabalhadora deve ter para avançar nas suas
conquistas”.
 
*    O abandono do classismo nos anos 1990*
**
 
    As fortes lutas dos anos 1980 levaram o PT a inúmeras prefeituras e mais
tarde ao governo de alguns estados. Começou aí um processo de adaptação à
ordem burguesa. O classismo foi sendo abandonado. Os métodos e princípios do
antigo movimento deram lugar a uma única estratégia: a eleição de Lula à
Presidência da República.
 
    É nesse período que surgem, por iniciativa da direção da CUT, as câmaras
setoriais: mesas permanentes de negociação, onde os gerentes das
multinacionais sentam-se com os dirigentes sindicais para estabelecer, de
comum acordo, metas de produção e venda e negociar o número de demitidos a
cada crise. É aí também que o PT abandona o perfil classista para se tornar
cada vez mais um partido da colaboração entre as classes. O “Vote no 3 que o
resto é burguês!” do início dos anos 1980 virou “O PT que diz SIM” da
campanha de 1996 à Prefeitura de São Paulo.
 
*    Lula e o PT no poder*
**
 
    O PT venceu as eleições em 2002 aliado ao PP, legenda de aluguel da alta
burguesia industrial. No governo, Lula cumpriu a fundo a principal promessa
feita na Carta ao Povo Brasileiro: governar com e para a burguesia. Colocou
o banqueiro Henrique Meirelles no Banco Central, o latifundiário Roberto
Rodrigues no Ministério da Agricultura, o empresário Fernando Furlan no
Ministério da Indústria e Comércio e um longo etc. Apesar de algumas
mudanças ao longo desses oito anos, a política ministerial de Lula
permaneceu a mesma: os ministérios são ocupados por figuras de peso do
empresariado nacional.
 
    O resultado: Lula manteve os compromissos com o FMI e grandes credores
internacionais, aplicou uma política de juros que beneficia o capital
financeiro, assentou menos famílias do que FHC, manteve no Haiti uma
ocupação militar cujo verdadeiro objetivo é impedir uma revolta do povo
contra a exploração das multinacionais ali instaladas, introduziu
modificações no sistema previdenciário que dificultam ainda mais a
aposentadoria, acabou com a independência da CUT, manteve o MST paralisado,
minou a confiança dos trabalhadores em suas próprias forças e comprou com o
Bolsa Família a consciência de uma parte da população que vivia uma situação
de miséria biológica.
 
    Isso tudo aconteceu porque Lula decidiu governar com empresários e
patrões. As ações do governo sempre tiveram como objetivo fundamental
preservar “essa mistura de um sindicalista com um grande empresário”. O
preço dessa mescla é que os trabalhadores sustentaram por oito anos a farra
dos banqueiros, das empreiteiras, do agronegócio e das multinacionais.
 
    *Como a colaboração de classes se torna uma ideologia dominante *
**
 
    Mas por que os trabalhadores que votaram em Lula aceitam essa situação
pacificamente? A resposta é simples: porque a burguesia e seus agentes
trabalham incansavelmente para convencer os operários de que patrões e
empregados têm, no fundo, os mesmos interesses. A colaboração de classes é
um exemplo daquelas mentiras que, repetidas mil vezes, acabam virando
verdade.
    Quando a economia cresce, tenta-se convencer os trabalhadores de que não
é hora de pedir aumento porque “o bolo ainda não cresceu o bastante; é
preciso esperar o bolo crescer para repartir”. É uma imagem forte que
convence muita gente. Afinal, quem, em sã consciência, retiraria um bolo cru
do forno? O que a burguesia e seus agentes escondem é que nunca a vida dos
trabalhadores melhora na mesma proporção do crescimento econômico. É o
contrário: a lucratividade das empresas sempre aumenta em proporção maior do
que o crescimento do país.
 
    Para demonstrar isso, tomemos os dados dos últimos anos de crescimento
(veja o gráfico à esquerda). Comparemos o crescimento da massa salarial da
população com a remessa de lucros ao exterior por parte de empresas
multinacionais e especuladores estrangeiros. Veremos que os dois itens
crescem, porém em proporção muito distinta, o que demonstra a mentira da
ideia do bolo que “cresce” e então é dividido “por todos”.
 
    Como se vê, quem ganha para valer com o crescimento econômico não são os
trabalhadores que produzem as riquezas do país, mas sim as multinacionais e
especuladores estrangeiros. Para garantir uma melhoria real do nível de vida
dos trabalhadores, é preciso interromper a pilhagem do país e a exploração
do trabalho do povo.
 
    Não é possível fazer isso com a “mistura de um sindicalista com um
grande empresário” por um motivo muito simples: o grande empresário não vai
abrir mão do seu lucro. A conclusão é lógica: mais uma vez, os trabalhadores
é que terão que abrir mão de melhorar as suas vidas.
 
     *A colaboração de classes durante as crises*
**
 
     Após os períodos de crescimento, vêm as crises. Nesses momentos, o
discurso dos patrões e dos burocratas sindicais muda, mas a lógica se
mantém: a de que somente “com o sacrifício de todos” é possível evitar uma
tragédia ainda maior. Nesse caso, o “sacrifício de todos” é a demissão de
uma parte dos trabalhadores, a diminuição da jornada com redução de salário,
o corte de direitos e o aumento das remessas de lucros ao exterior para
salvar as matrizes.
 
     Por isso, em 2008, ano em que estourou a crise econômica mundial, a
remessa de lucros do Brasil para o exterior, ao invés de diminuir, aumentou,
atingindo a cifra de 33 bilhões de dólares, 55% a mais do que havia sido
enviado em 2007 (21 bilhões de dólares). Ou seja, foram os trabalhadores
brasileiros que salvaram as matrizes da GM, Volkswagen, Renault, Fiat e
tantas outras que, ainda assim, não deixaram de demitir e reduzir salários.
 
    Quando a Embraer demitiu 4.200 funcionários, Lula disse que estava
“torcendo pelos trabalhadores”. O governo, que é acionista da empresa,
cobrou apenas explicações e nada mais. Quando as grandes montadoras
ameaçaram demitir em massa, Lula correu com a ajuda de R$ 4 bilhões e a
redução do IPI. Para os banqueiros foram liberados R$ 160 bilhões do
compulsório. Já os trabalhadores ganharam somente a ampliação do número de
parcelas do seguro-desemprego, o que resultou num gasto de apenas R$ 126
milhões ao governo federal. Literalmente, menos de um milésimo do que foi
distribuído a um punhado de bancos e grandes empresas.
 
    Esses tristes episódios demostram claramente que, na “mistura de um
sindicalista com um grande empresário” quem ganha é sempre o grande
empresário. É para ele que Lula decidiu governar.
 
    *Em defesa do classismo!*
**
 
    A história demonstra que as grandes conquistas da classe operária foram
arrancadas com a luta e a organização independente: a jornada de oito horas,
as leis trabalhistas, a derrota da ditadura militar, as liberdades políticas
e sindicais e tantas outras.
 
    Em vez da colaboração de classes, defendida hoje pela maioria esmagadora
da esquerda, o PSTU propõe o classismo: a noção de que trabalhadores e
burgueses são classes sociais inimigas. Portanto, a unidade entre eles só é
possível com a condição de que os trabalhadores abram mão de seus interesses
em benefício dos lucros da burguesia. O classismo, que para muitos é uma
palavra engraçada e fora de moda, para nós é um guia para a ação, um
princípio que simplesmente nunca deveria ter sido abandonado.
 
     *Colaboração de classes:a herança stalinista*
**
 
     Nos anos 1930, o nazifascismo adquiriu peso de massas em vários países,
chegando ao poder na Alemanha e  na Itália. Na Alemanha, existia um poderoso
partido social-democrata, de orientação reformista, mas operário em sua
composição. Também o Partido Comunista Alemão, stalinista, era muito forte.
 
     Juntos, esses dois partidos poderiam ter derrotado o nazismo, mas o
stalinismo se negou a fazer qualquer unidade com a social-democracia.
Afirmava que ela era na verdade “a ala esquerda do fascismo”. Essa política
ultraesquerdista teve consequências desastrosas conhecidas: Hitler chegou ao
poder em 1933 sem encontrar praticamente resistência do movimento operário,
dividido pela política suicida de Stalin.
 
     Depois que o nazismo chegou ao poder, o stalinismo deu uma guinada à
direita: passou a dizer que para derrotar o nazismo era preciso uma aliança
entre os trabalhadores e a burguesia democrática, mas não se tratava de uma
aliança para lutar.
 
     O que se propunha era a criação de governos de unidade com a burguesia
dita “progressiva”. O objetivo de construir um governo só de trabalhadores
era abandonado. O stalinismo chamou essa política de “Frente Popular”.
Estava criada assim a expressão que seria sinônimo de derrota e
desmoralização para a classe operária do mundo inteiro.
 
     *PSOL: o abandono do classismo*
**
 
     Infelizmente, o abandono do classismo e a adoção de uma política de
colaboração de classes não são exclusividade de Lula e do PT. Nas eleições
de 2008, o PSOL de Porto Alegre recebeu R$ 100 mil da Gerdau, uma das
maiores fabricantes de aço do país. Apesar da indignação dos militantes,
nenhuma medida foi tomada contra a direção do PSOL gaúcho. Luciana Genro,
então candidata a prefeita, acabou utilizando o dinheiro e obteve 10% dos
votos. A explicação foi surpreendente: “A empresa não pede nada em troca; se
eu não aceitar, eu sou burra”.
 
      Luciana não é burra nem ingênua. Sabe bem que, quando os patrões
financiam campanhas de partidos de esquerda, o fazem para forçá-los a
abandonar suas posições radicais e adotar um programa mais moderado. O
resultado nunca é imediato. De fato, nunca se pede nada formalmente. Apenas
se oferece dinheiro.
 
     Mas, em médio prazo, com seguidos financiamentos, cria-se uma relação
de dependência, e a burguesia acaba dobrando essas organizações. O PT é a
expressão disso em sua forma mais degenerada. O PSOL, infelizmente, caminha
no mesmo sentido. Tanto é assim que a tragédia da Gerdau acaba de se
repetir: a conferência eleitoral do PSOL gaúcho já aprovou o recebimento de
dinheiro de empresas para a campanha eleitoral deste ano.
 
 

Evandro Carreira impugnado pelo TRE

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Evandro Carreira
Dono de uma biografia invejável, o ex-senador Evandro Carreira, perdeu duas batalhas, em  poucos dias: o TRE cassou o seu registro de candidato a senador, por suposta dupla filiação, que, naturalmente, ele discorda. A outra derrota, é que Evandro Carreira, receberia a Medalha Cidade de Manaus, iniciativa dos vereadores Massami Miki e Mário Frota, na próxima terça-feira. Ocorre que, Evandro Carreira, está recorrendo da cassação de seu registro de candidato e, como tal, não poderá receber a Medalha, enquanto durar o processo eleitoral. Precussor de idéias pioneiras, sobre a ecologia da Amazônia, Evandro Carreira, está uma verdadeira fera, achando que é perseguição contra ele.
fonte: bLOG DA fLORESTA.

Pequeno Informe desse nosso querido blog:

Nós do PSOL recentimos a perda da candiatura do Senador Evandro Carreira, mas infelizmente o TRE impugnou, e foi uma luta inglória, infelizmente é a lei eleitoral termos que respeitar. Apesar que nós vamos tentar colocar a tempo uma nova candidatura talvez do prof. Marcos Queiróz ao Senado e na 1a suplência fica com gerson Medeiros e a segunda é de um companhiero nosso do partido de Itacoatiara.

Universidade do Mal

programa radiofônico “Café com o Presidente”, transmitido todas as semanas pelas emissoras oficiais, proporciona ao ouvinte informações de tal virulência que o distinto, se estiver desprevenido, pode chegar ao enfarte. Sem querer, no último mês de julho ouvi dois desses informes e confesso que, ouvindo-os por inteiro, fiquei petrificado. Nunca mais vou repetir o café amargo.
A primeira fala do programa dizia respeito a acordo do Brasil com Cuba, assinado por Lula, no qual o governo brasileiro se empenhará em investir milhões de dólares para recuperar o falido porto de Mariel, sem que se saiba ao certo que tipo de retorno receberá o nosso país da envilecida ilha caribenha.
(Para quem está por fora, o porto de Mariel, exceto fugitivos, não exporta nada, visto que hoje o açúcar cubano mal dá para o baixo consumo interno).
Mas Lula, inconsciente da miséria que acode a região nordestina, sufocada pelos escombros das chuvas, avança que o bilionário investimento em Cuba não se limitará à recuperação do porto de Mariel. Antes pelo contrário: ele também investirá uma nota preta na ampliação da rede hoteleira da ilha, um mimo a mais para se incentivar a indústria do turismo sexual necessitada de recursos para melhor servir ao burguês (do mundo capitalista) em férias.
Para fazer o serviço completo, e servir com mais zelo a indústria orgiástica daquele “paraíso tropical”, o nosso “führer” garante que também investirá na implantação de um novo ramal rodoviário em torno de Havana.
De quebra, Lula ainda informou no seu café amargo que a Petrobras, sacando generosos tributos da população brasileira, vai construir em Cuba uma moderna fábrica de óleo combustível, ao tempo em que projeta estudos para iniciar um vasto programa de prospecção com o objetivo de achar petróleo na ilha dos irmãos Castro.
O outro informe do programa soa ainda mais preocupante. De fato, ele é uma carga de nitroglicerina em estado puro. E diz respeito à criação de dois núcleos de “ensino superior”, a saber: a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, em Foz de Iguaçu, Paraná, região da tríplice fronteira; e a Universidade Luso-brasileira, a ser instalada em Redenção, interior do Ceará, cidade onde, segundo Lula, houve o primeiro movimento pela libertação da escravidão no Brasil.
Sobre a Universidade latino-americana, Lula afiançou que ela atenderá 10 mil alunos, sendo que 50% brasileiros e 50% de outros países da América Latina. No que se refere ao corpo docente, metade será constituída por professores brasileiros e a outra metade por “especialistas” latino-americanos.
Os cursos serão administrados em aulas bilíngües e, segundo Lula, estão diretamente relacionados com matérias importantes no contexto das relações entre os países do continente, tais como Venezuela, Bolívia, Equador e Peru. As graduações oferecidas pela universidade luliana, como, por exemplo, a de graduação na cadeira de “Sociedade, Estado e Política”, não são oferecidas em nenhuma universidade brasileira – elas são inéditas.
Na ordem prática das coisas, será construído um complexo arquitetônico assinado pelo megacomunista Oscar Niemeyer, em terreno doado pela Itaipu Binacional. A Unila – é assim que se chama – receberá recursos do Ministério da Educação, sendo que para o primeiro semestre de 2010 já foi liberada verba na ordem de R$ 23 milhões.
Por sua vez, a Universidade Luso-Brasileira, situada em Redenção, Ceará, tem por objetivo atender cinco mil alunos africanos de fala portuguesa e outros cinco mil alunos “afro-brasileiros”. Sua intenção é “formar a capacidade intelectual, treinar gente em energia e tecnologia, gestão pública, educação pública, saúde pública e agricultura”. A proposta orçamentária da Universidade Luso-brasileira também já foi aprovada para atender, de início, em 2010, 350 alunos.
O modelo de atuação das universidades de Lula é, obviamente, de origem cubana, e o próprio Lula não esconde o jogo: “Como é que Cuba” – indaga o “Führer”, lá para as tantas, fornecendo a pista – “um país pobre, consegue ter universidade que atende gente do mundo inteiro e um país do tamanho do Brasil, não?”.
O que talvez Lula não saiba é que o modelo de ensino cubano, administrado para fomentar o ódio de classe, foi sacado justamente dos ensinos da Universidade de Dar-es-Salaam, instituição criada pelo presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, precursor do chamado “socialismo africano”, que levou aquele país à ruína agrícola e à fome, depois da criminosa experiência coletivista rotulada, posteriormente, de “O Grande Salto Para Trás” (nada a ver com o da China do velho Mao).
A pedagogia africana radicalizou. O currículo da Faculdade de Ciências Políticas de Dar-es-Salaam exigia que os alunos dominassem os ensinamentos de Marx, Lênin e Franz Fanon, este último autor do tristemente célebre “Os Condenados da Terra” (Les Damnés de la terre”, Paris, l961) – livro que pregava a “violência purgativa” como forma de recuperar a “auto-estima negra”.
A “pièce de résistance” de Der-as-Salaam,  cujo reitor era o próprio Nyerere, era o “menticídio” (assassinato da mente), técnica de ensino preconizada por Franz Fanon que consistia em lavar com ódio o cérebro das massas africanas para melhor levá-las à revolução marxista-leninista contra “o colonialismo dos brancos”.
Fanon, um africano que se converteu à filosofia existencialista estudando medicina na Universidade de Lyon, França, foi, mais tarde, membro da divisão de guerra psicológica do Instituto Tavistok, na Inglaterra, se encarregando de fundamentar os paradigmas da “cultura negra” com o objetivo explícito de “minar as bases da civilização cristã” dentro e fora da África.
Na América Latina, primeiro no Brasil e depois no Chile de Allende, foi Paulo Freire, tido como “um mestre”, que transplantou a ideologia fanonista para métodos alfabetizantes, que nunca alfabetizaram ninguém – mas que hoje, com a grana firme sacada (por vias indiretas) dos cofres públicos, preenchem os currículos dos cursos de subversão administrados na Universidade Florestan Fernandes, do MST, em Guararema, interior de São Paulo.
Repetindo Fanon e a experiência cubana,  a dita Universidade do MST, além de Marx e Lênin, tem, por sua vez, nas figuras de Fidel Castro, Guevara e o cangaceiro Lampião, os seus principais “mentores ideológicos”. Diante de tal soma de destemperos, a pergunta que se faz é a seguinte: o que pode o Brasil esperar das duas universidades de Lula?   
Absolutamente nada, ou melhor: o pior possível. E o exemplo vem da África. Nela, países como Uganda, Eritréia, Etiópia, Ruanda, Burundi e a República Popular do Congo (ex-Zaire), depois de contaminados pelo pensamento forjados na “violência revolucionária” de Franz Fanon, via Der-as-Salaam, tornaram-se ainda mais pobres, com a produção agrícola caindo pela metade – tendo por consequência a ampliação da fome epidêmica e da miséria.
No Brasil, instaladas estrategicamente no Nordeste e no Sul do país para subverter a cabeça dos inocentes inúteis, resta rezar para que uma poeira de nuvem tóxica leve tais núcleos de “ensino superior” para o inferno das cuias.