quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PSTU parabeniza Plínio de Arruda Sampaio pelo debate da BAND

*ELEIÇÕES*
*Parabéns, Plínio*
 
 
  *
**Por Eduardo Almeida Neto*
da Direção Nacional do PSTU e editor do Opinião Socialista - www.pstu.org.br
  <http://www.pstu.org.br/autor_indice.asp?id=22>
<http://www.pstu.org.br/autor_indice.asp?id=22>
 
 
• Plínio, antes de mais nada, parabéns pelo desempenho no debate da Band.
Aquilo estava uma chatice enorme. O Serra não pode bater no governo para não
perder votos, a Dilma tem as limitações mais que conhecidas como debatedora.
Você, ao contrário, teve uma presença importante. Questionou todos eles em
defesa de bandeiras caras a todos nós como reforma agrária e redução da
jornada de trabalho. Com suas tiradas irônicas, deu um ar mais divertido
àquela mesmice sonolenta.
 
Vivemos um monstruoso boicote da mídia que impede que outras candidaturas
sejam conhecidas pelo grande público. Por isso foi muito importante ter
alguém de esquerda como você nesse debate, com todos os outros na direita.
 
Não queria, no entanto, me somar ao coro bastante grande dos que só te
elogiam. Como dizia Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Vai então
aqui, depois do elogio, dois reparos.
 
*O debate não foi “democrático”*
**
 
O primeiro foi você ter classificado o debate como “democrático” logo em sua
fala inicial. Todos sabem -e você também- que não houve democracia.
Excluíram no campo de esquerda tanto o PCB como o PSTU. As emissoras têm
obrigação de convidar os partidos com representação parlamentar, como o
PSOL. Mas podem, se quiserem, convidar outros partidos, e não o fizeram.
 
Não pode ser que o PSOL fique satisfeito por estar incluído, deixando de
protestar pela exclusão do resto da esquerda. Creio que teria sido mais
justo ter falado sobre isso no debate, ao contrário de elogiar a democracia
que não existiu. Essa, aliás, é uma reivindicação concreta: creio que seria
importante fazer isso nos próximos debates.
 
*A ausência do socialismo*
**
O segundo tema é a ausência do socialismo de todo o debate. O único que
poderia defender isso seria você, o que não aconteceu. O motivo é claro:
esse não é seu programa. De acordo com sua entrevista na Folha de S. Paulo
(01/08/2010): *“Eu não pretendo implantar o socialismo no Brasil e nem é a
pretensão do meu partido agora. Vou fazer uma proposta dentro do marco do
capitalismo. As únicas formas socializadas que vamos ter são a saúde e a
educação”*.
 
Você defende um programa de redução da desigualdade social no marco do
capitalismo, um capitalismo com rosto humano. Esse foi um dos motivos
fundamentais pelo qual o PSTU e o PSOL não chegaram a uma aliança nessas
eleições. Nós discordamos dessa proposta e defendemos um programa
socialista.
 
Não acreditamos em reforma do capitalismo, embora lutemos por reformas
parciais. As grandes empresas não estão dispostas a reduzir sua taxa de
lucros. Ao contrário, brigam com todos os recursos que têm- o que inclui
disputas eleitorais e golpes- para aumentar os lucros e não reduzi-los. No
momento atual da globalização, podem simplesmente mudar as empresas para
outro país.
 
Como você seguramente se lembra, a redução das desigualdades no marco do
capitalismo foi a proposta do PT por 19 anos, antes de chegar à presidência.
Esse é o famoso programa “democrático e popular”. Por anos e anos se educou
a vanguarda brasileira que era possível governar junto com a burguesia
progressista para reduzir a pobreza. Ao chegar ao governo, o PT passou
simplesmente a administrar o capitalismo. Hoje, depois de dois mandatos de
Lula, pode-se ver o resultado dessa estratégia.
 
Nós vamos defender nessa campanha eleitoral um programa socialista. Não
acreditamos que estamos à beira de uma revolução, e menos ainda que através
das eleições possamos chegar ao socialismo. O motivo pelo qual estamos
defendendo um programa socialista não é nenhum desses. Nós simplesmente
acreditamos que a revolução socialista é a estratégia correta, e vamos
aproveitar a eleição para discutir isso com os trabalhadores. Não vamos
ficar, evidentemente, só receitando fórmulas abstratas. Vamos trazer o
programa estratégico para propostas simples em relação aos salários,
emprego, saúde e educação.
 
*Não queria terminar esse texto sem voltar a te cumprimentar pelo
debate. **Você
defendeu muito bem uma proposta com a qual não concordo. *
 

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