quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Plínio de Arruda Sampaio defendem o limite de propriedade

O candidato à presidência pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, defendeu a limitação das propriedades privadas de terra ao iniciar seu plebiscito informal (sem valor legal), nesta quarta-feira (1), no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), da UFRJ. Questionado pelo humorista Rafael Cortez, do CQC, da Band , sobre se não deveria começar a reforma agrária por seus bens, Plínio, que pertence a uma família tradicional, saiu pela tangente, ressaltando que a votação é apenas sobre propriedades rurais. Ele frisou que perde dinheiro em sua campanha.
Plínio usou os dados do Censo Agropecuário de 2009, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para defender a limitação do tamanho das fazendas privadas. "A maior parte dos alimentos produzidos vem da agricultura familiar", ressaltou.
A distribuição em larga escala desses alimentos é promovida, porém, em parceria com grandes empresas - como o próprio Plínio admitiu, após ser questionado pelo Terra , e não pelo modelo de assentamentos defendido pelo MST e pela CPT.
O plebiscito pela limitação das terras é apoiado por organizações como a CPT (Comissão Pastoral da Terra), da Igreja Católica, e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A campanha pede limite máximo de 35 módulos fiscais - unidade definida pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) de forma tão variável que pode ir de 5 a 110 hectares, dependendo da região. Não é prevista nenhuma limitação para propriedade estatal.
Proibida nas eleições, a boca de urna é praticamente uma regra no plebiscito informal, cujas urnas foram espalhadas por diversas outras universidades, como Uerj e Uni-Rio. Junto à urna, voluntárias da campanha recolhem assinaturas para um abaixo-assinado a favor da causa.
Elas distribuem um folheto e um folder. O primeiro mostra "dez respostas para uma pergunta: por que as propriedades rurais de terra no Brasil precisam de um limite máximo de tamanho?". A primeira "resposta" afirma que a concentração de terras é a grande responsável pela miséria e fome em nosso país.
Nenhuma pesquisa que comprove a afirmação é apresentada, mas a própria cédula de votação oferece respostas em suas duas questões, perguntando se o votante concorda primeiro "que as grandes propriedades rurais de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho" e, em seguida, se "concorda que o limite (...) pode aumentar a produção de alimentos saudáveis e melhorar as condições de vida no campo e na cidade".
O folder, por sua vez, atribui à "contração de terras no latifúndio e grandes empresas" como "responsável pelos conflitos e a violência no campo nos últimos 25 campos", omitindo que boa parte dessas ocorrências deve-se a ações do próprio MST, um dos apoiadores da campanha.
Em junho, o próprio Plínio de Arruda Sampaio, durante palestra na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), defendeu depredações do MST, alegando que "é o jeito de chamar atenção". "Quando me perguntaram, no Senado o que eu achava de quebrarem três mil árvores da Cutrale, respondi que o MST errou, pois deveriam ter queimado 30 mil. Sabe quantos laranjais ela tem? Um milhão", disse.

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