sábado, 30 de outubro de 2010

A crise na oposição de esquerda

*A oposição de esquerda e o voto crítico em Dilma*

http://www.correiocidadania.com.br/index2.php?option=com_content&task=view&id=5169&pop=1&page=0&Itemid=9

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Escrito por Duarte Pereira30-Out-2010

Já é possível constatar o estrago produzido na oposição de esquerda pelarecomendação do "voto crítico em Dilma" no segundo turno – apesar dosesforços contrários do PSTU e de Plínio de Arruda Sampaio, candidato apresidente pelo PSOL no primeiro turno, que têm insistido no voto nulo. Dividida e imobilizada, a oposição de esquerda perdeu a iniciativa política,dispersou apoios que havia aglutinado, interrompeu a luta ideológica contrao consenso capitalista e social-liberal e nem mesmo se contrapôs aoenraizamento na consciência popular de mitos e valores burgueses difundidospela campanha de Dilma, como o "país de classe média" ou o "agora possocomprar um carro". A recomendação do "voto crítico em Dilma" facilitou a passagem de liderançase entidades populares de uma postura de oposição ao governo Lula ao apoioanunciado a um eventual governo Dilma – embora Dilma insista com todaclareza que vai manter e aprofundar as orientações do governo Lula, ou seja,o projeto capitalista-monopolista, as políticas sociais-liberais e asalianças com setores do grande capital e da direita conservadora. O bloco PT-PCdoB, influente na frente liderada por Lula e Dilma, ressuscitouuma rígida concepção de que é preciso aprofundar a "etapa capitalista",supostamente nacional, da formação social brasileira, antes de se podercogitar a luta por uma eventual "etapa socialista". Projeto nacionaltornou-se sinônimo de projeto capitalista-estatal. De Lula regrediu-se aGetúlio, é claro que na forma de uma farsa, a única viável em condiçõeshistóricas inteiramente distintas das que caracterizavam o mundo e o Brasildos anos 1930 aos anos 1950. Concluída a eleição presidencial, vença Dilma, o que é mais provável, ouvença Serra, o que seria surpreendente, a falta de uma atuação autônoma eunificada da oposição de esquerda no segundo turno tornará mais difíceis, enão mais fáceis, como alegam alguns, a retomada da mobilização independentedos trabalhadores e da juventude estudantil e a reorganização da resistênciademocrática e socialista ao desenvolvimento capitalista e monopolista e àspolíticas sociais-liberais em andamento no Brasil há 16 anos. *Duarte Pereira é jornalista.*

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