quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PCO critica Serra no 2o turno e apoia a Dilma, putzs......

Eleições
A grande manipulação: vote na “esquerdista” Marina Silva e eleja Serra, FHC, DEM e toda a direita nacional
Eis que o resultado da eleição traz à tona o que dissemos desde o início e já havíamos denunciado na eleição de 2006: uma grande manipulação para que sejam eleitos os setores mais repudiados pela população, ou seja, José Serra, o PSDB, FHC, o DEM, a direita nacional, os racistas que são contra cotas para negros; os inimigos jurados da classe trabalhadora brasileira

6 de outubro de 2010
Ficou evidente desde o primeiro momento da eleição que Marina Silva era uma criatura desta direita e uma projeção artificial de toda a grande imprensa capitalista; as redes de TV, grandes jornais e revistas. Criaram um candidato como alguém cria um novo produto para consumo. Por quê?
Simples. José Serra e o PSDB não têm votos e, portanto, não conseguiriam nem mesmo ir para o segundo turno das eleições.
O colapso eleitoral do PSDB fica patente em S. Paulo, seu principal reduto, onde foi necessária uma enorme manipulação e uma gigantesca capitulação eleitoral do PT para Alckmin ganhar no primeiro turno com 0,63% de margem sobre os oponentes.
É importante lembrar que Serra e o PSDB contaram com um apoio intenso, implacável, unânime de todo o monopólio da comunicação nesse grande teatro de ilusões que é a eleição para conseguir esses resultados. Dada a dimensão do apoio, o resultado mostra a falência da direita.
O motivo é claro. FHC foi o representante maior da política do Consenso de Washington no Brasil, realizando inúmeras privatizações e assegurando um plano econômico que fez com que todo o País trabalhasse para sustentar os bancos e especuladores internacionais. Ele foi rejeitado quando Lula se elegeu e a rejeição só fez crescer nestes oito anos.
Marina Silva foi escolhida por vários motivos. É ex-integrante do PT e, pelo tempo de casa, até mais petista que Dilma Rousseff, que é uma burocrata da burguesia oriunda do PDT do finado Brizola. É uma suposta defensora da ecologia, uma falsidade comprovada nos seus longos anos de ministério, mas que impressiona uma parcela de classe média semi-esquerdista que confunde a ecologia com uma política de esquerda e de oposição, quando todos os grandes capitalistas estão fazendo demagogia ecológica.
Desta forma, o PSDB e os espíritos orwelianos da imprensa escolheram uma figura de fachada, com ares de esquerdista, para canalizar o voto que se desloca efetivamente à esquerda, tanto fugindo de Serra, em grande quantidade, quanto fugindo do PT, em menor quantidade, para garantir a subida do indesejado José Serra ao segundo turno.
Não se trata propriamente de uma novidade, uma vez que já se viu truque semelhante em várias eleições anteriores: na que elegeu o desconhecido Collor de Mello, o “caçador de marajás”, contra o popularíssimo Lula em 1989 e na eleição passada, a qual Heloísa Helena contribuiu para levar para o segundo turno. A novidade está em que, além de nós, do PCO, que já denunciamos a manobra em todas estas ocasiões, um número muito expressivo de pessoas estão vendo boquiabertas a grotesca manipulação para desvirtuar completamente o voto popular ao vivo em cores, para muitos, pela primeira vez.
Na eleição de 2006, Heloísa Helena, rompida com o PT, tornou-se da noite para o dia um verdadeiro fenômeno eleitoral, aparecendo na capa de todas as revistas, nas páginas de todos os jornais, nas redes de televisão, para obter, na sua primeira eleição seis milhões de votos! A manipulação era óbvia.
Há um acordo por trás destes fatos. Não resta a menor dúvida. Basta ver que Heloísa Helena saiu firmemente em apoio a Marina Silva a tal ponto que abriu uma crise no seu próprio partido para não sair candidata quando seu nome era unanimidade não apenas entre os seus correligionários como entre os aliados da eleição de 2006, da Frente de Esquerda, PSTU e PCB.
O Psol, misteriosamente, não conseguiu repetir o sucesso de 2006. A votação para presidente caiu a 15% do que foi naquele ano com Plínio de Arruda Sampaio e a milionária de votos, Heloísa Helena, não conseguiu se eleger para o senado em Alagoas, apesar de todo o aparato que cercava a sua campanha.
A relação muito estreita das duas senadoras com a direita do Senado é notória. Heloísa Helena, inclusive, aparece em uma foto muito conhecida, com o braço levantado, ao melhor estilo esquerdista, comemorando a derrota de uma proposta de Lula junto à máfia de senadores do DEM e do PSDB e alguns do PMDB.
O programa da candidata também não deixava lugar à dúvida: contra os sem-terra, contra o direito de aborto, a favor do aumento da repressão, de distribuir dinheiro para as empresas estrangeiras, ou seja, o programa do PSDB e do DEM, que o PT também colocou em prática em muitas ocasiões.
A ex-senadora e atual vereadora de Alagoas tornou-se, após a campanha eleitoral, uma garota-propaganda da frente antiaborto, impulsionada por essa mesma direita.
Esses dados explicam o papel desempenhado pela presidenta do Psol nestes quatro anos acima de qualquer dúvida.
O mesmo se dá com Marina Silva, integrante de uma ala burguesa do PT, a dos irmãos Viana, hoje em dia a principal oligarquia do Acre. O poder esta oligarquia pode ser visto pelo fato de que Tião Viana foi eleito no primeiro turno ao governo do Estado nestas eleições.
Como ministra de Lula, esteve a serviço, como todo o governo Lula, dos empresários. Não é estranho, portanto, que tenha escolhido como vice-presidente o grande empresário e bilionário Guilherme Leal, um dos mil homens mais ricos do mundo!
A função de Marina Silva, cumprida à perfeição, foi levar o falido PSDB de José Serra para o segundo turno, ou seja, violentar a disposição da população de inclinar o País mais à esquerda. Muitos votaram na esquerda contra a direita, mas acabaram simplesmente favorecendo a sobrevivência de uma direita rejeitada pelo povo há muito e que vem sobrevivendo em grande medida graças à conivência e à corrupção do PT.
A eleição, porém, mostrou muito mais que isso. Os números, apesar das manobras, mostram claramente uma enorme rejeição não apenas a Serra, mas também, ainda que em menor medida ao próprio PT. Mais de 55 milhões de votos não foram dados aos dois blocos que são o conjunto dos partidos que dão sustentação ao regime político, isto é, pouco mais de 40% de todos os votos. Entre abstenções, nulos, brancos, votos na miragem criada pela imprensa chamada Marina Silva e nos demais partidos, quase a metade do Brasil rejeitou tanto a direita como a esquerda do regime político dos banqueiros, grandes capitalistas, latifundiários e do imperialismo mundial. E esse fenômeno massivo de rejeição acontece justamente no terreno político mais controlado, controlado minuciosamente, controlado de maneira quase absoluta por estes partidos! Se extrapolarmos esta equação para o mundo real, longe do teatro de ilusões, do trompe-l’oeil do cenário de faz-de-conta das eleições para o mundo real, pode-se dimensionar o tamanho da revolta que vive o País neste momento.
Essa revolta necessariamente será traduzida em grandes lutas populares, qualquer que seja o governo. Mas esse não será o seu único resultado. A rejeição geral ao regime e a necessidade da luta coloca na ordem do dia a reorganização das massas em todos os terrenos e, em primeiro lugar, no terreno político. Até aqui, por 30 anos, o PT vem sendo a representação efetiva da classe operária e das massas exploradas brasileiras, tanto no terreno parlamentar, estritamente do terreno em que se desenvolve a luta política da classe operária, como no terreno sindical, por meio de uma burocracia sindical que estrangula a maior organização sindical criada pelas massas nesse País, que é a CUT. A crise que se manifesta claramente através do ilusionismo eleitoral aponta sem qualquer sombra de dúvida para que os trabalhadores ultrapassem esta representação e partam para a construção de um verdadeiro partido político de classe e para uma nova direção no âmbito sindical. Esse fato deverá incluir inúmeras rupturas na base do próprio PT.
O quadro eleitoral parecia definido há muito tempo, com a vitória do PT. No entanto, a manobra da direita, diante da natural passividade do PT, que se mostra completamente incapaz de combater esta direita, mesmo quando tem a faca e o queijo na mão, coloca a situação eleitoral completamente em dúvida.
Se é possível uma tamanha manipulação para levar Serra ao segundo turno, porque não para elegê-lo presidente contra a vontade de 76% da população? Afinal, a função do segundo turno é a de, levando o eleitor a votar em quem não quer, eleger aquele candidato que a população odeia, como tem acontecido seguidamente em S. Paulo.
Para concluir, uma última observação. É óbvio que todo o panorama eleitoral está em questão. Mesmo com toda a manipulação escancarada da imprensa, os resultados eleitorais são extremamente questionáveis, sendo surpreendentes tanto os 24% de José Serra como os 14% da Marina Silva, oscilações extraordinárias nas eleições. O Brasil pode estar a ponto de sofrer o que aconteceu nos Estados Unidos quando Bush foi eleito: um presidente que o povo rejeita totalmente, mas que os bancos, grandes empresários e latifundiários querem. E isso com a conivência do PT, que pode levar o País a mais uma derrota nas mãos dos herdeiros do regime militar.
É preciso levar essa discussão a todos os trabalhadores e denunciar a situação criada nas eleições, como já vimos fazendo durante o próprio processo eleitoral.


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