segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Petista é o novo presidente dos Correios

Para seguir os planos de privatização
Petista é nomeado novo presidente dos Correios
Tentativa do governo, ao trocar o PMDB pelo PT no cargo, é tentar facilitar a privatização da ECT
3 de janeiro de 2011
O novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, do PT, indicado por Dilma Rousseff, anunciou o nome do novo presidente da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). O escolhido foi Wagner Pinheiro, filiado ao PT.
Com a escolha, a presidência dos Correios sai das mãos do PMDB, assim como ocorreu com a própria pasta ministerial, antes ocupada pelo PMDB e que passou para as mãos do PT.
Os Correios passaram, no último período, por uma série de escândalos incentivados pela imprensa com a intenção de desmoralizar a estatal, na mira dos capitalistas interessados em sua privatização. A escolha de um petista para ocupar a presidência da empresa não significa, de maneira nenhuma, uma mudança na política para privatizar a ECT. Pelo contrário, provavelmente a entrada do PT é uma tentativa de facilitar os planos de privatização, utilizando a autoridade e influência que o PT ainda mantém nas organizações dos trabalhadores.
Tanto é assim que, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil e Paulo Bernardo, então ministro do Planejamento, tiveram suas pastas ministeriais integrando o GTI (Grupo de Trabalho Interministerial), responsável pelo projeto do Correios S.A.
Wagner Pinheiro foi presidente da Petros (Fundo de pensão da Petrobras) durante os dois mandatos do governo Lula. O novo presidente dos Correios é ligado a Luiz Gushiken e foi alvo de investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios.
O orçamento de 2011 para os Correios deve superar os R$ 8 bilhões.
Os trabalhadores não devem se iludir. A privatização da ECT já está em marcha e foi anunciada por Dilma Rousseff. Quem está pagando pela entrega desse patrimônio do povo brasileiro para os abutres internacionais são exatamente os funcionários da empresa.
Nos últimos tempos, uma série de ataques foram desferidos contra a categoria, através da compra de sindicalistas e da aprovação de uma série de medidas para favorecer a privatização da ECT. Os trabalhadores tiveram sua campanha salarial de 2010 boicotada em um golpe conjunto entre a direção da empresa – então do PMDB – e os sindicalistas traidores do PT e do PCdoB. Foi aprovado em 2008 o PCCS (Plano de Cargos, Carreira, e Salários) da escravidão, que oficializou a privatização da empresa, legalizando a terceirização, o desvio de função, a extinção de cargos, os PDVs (Plano de Demissão Voluntária) entre outros.
Além disso, o PT, junto com o PCdoB, foi o principal responsável pela intervenção judicial nos sindicatos, como está ocorrendo no Espírito Santo. Um juiz, ligado à direção da ECT, nomeou um interventor para tirar o sindicato das mãos dos trabalhadores e colocá-lo nas mãos da direção da empresa.
A categoria dos Correios vai enfrentar lutas muito maiores das que protagonizaram em 2009 e 2010. Desde já é importante fortalecer uma organização independente dos trabalhadores para enfrentar os ataques da direção da ECT e do governo e barrar a privatização dos Correios.

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