quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Governo Federal vai privatizar a ELETROBRÁS

Manobra política
Mais um passo para a privatização da Eletrobrás
Pautado em um acordo com o governo, o PSDB pretende assumir a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados e ter maior influência sobre a política definida para o setor

16 de fevereiro de 2011
A direita e o governo ensaiam mais uma manobra para encaminhar a privatização do setor de energia elétrica no País. Alguns dias atrás denunciamos que Dilma Rousseff tinha cedido à pressão direitista e indicado o empresário José da Costa Carvalho Neto, ligado ao PSDB e sócio de empresas do setor, para a presidência da Eletrobrás. A indicação abre caminho e prepara a privatização.
Agora, há mais uma jogada para avançar nesta política. Estão ocorrendo as disputas e acordos pelas comissões no Congresso Nacional, e a comissão de Minas e Energia, ligada diretamente à Eletrobrás, ao que tudo indica ficará com o PSDB.
Em declarações à imprensa, um deputado do PSDB que não se identificou colocou em evidência o que seu partido pretende: “O objetivo, nas palavras de um tucano, é que a estratégia de atuação do partido nas duas Casas convirja para temas como o sucateamento do setor elétrico e a falta de investimento em aeroportos por parte do governo federal.
“Vamos mostrar a diferença entre o que eles [o governo] falam e o que está acontecendo de fato”, diz. (O Estado de S. Paulo 12/2/2011).
Justamente as duas áreas citadas pelo deputado do PSDB, os aeroportos e o setor elétrico, estão na mira da privatização. Neste sentido, a denúncia contra o sucateamento e a falta de investimento tem como objetivo fazer campanha de que a melhor saída seria entregar toda esta infra-estrutura nas mãos de algum capitalista, de preferência estrangeiro. Controlando a Comissão de Minas e Energia, a influência da direita sobre o que será feito no setor será decisiva. Tudo isso acontece não apenas com a conivência, mas também com o apoio do governo.
A Eletrobrás é uma das maiores estatais brasileiras. A empresa atua administrando outras empresas, no caso quase todo o setor elétrico, seja na área de distribuição, geração ou transmissão. Durante o primeiro governo de FHC, foi iniciada sua privatização, com a abertura do capital e sua transformação em uma sociedade de economia mista.
O próximo passo seria a privatização total da empresa, que mesmo depois da devastação promovida por Fernando Henrique Cardoso continua sob controle acionário do governo brasileiro. Pelo seu tamanho e importância, a privatização total da Eletrobrás seria uma das maiores entregas do patrimônio público brasileiro para a mão de algum capitalista. 
Durante a eleição ficou claro que as privatizações são rejeitadas pela população. Os dois principais candidatos, Dilma e Serra, embora partidários desta política, faziam de tudo para esconder seus planos. Neste sentido, é preciso uma ampla campanha de denúncias contra a privatização da Eletrobrás para colocar em marcha uma grande luta contra mais esta dilapidação do patrimônio nacional.

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