terça-feira, 28 de junho de 2011

Migalhas aos trabalhadores nos Correios

Correios: a campanha salarial dos traidores da Fentect
Migalhas para os trabalhadores
A proposta de reajuste de 24% aprovada no Conrep dos traidores não dá nem para compensar o fraudado acordo bianual, que deixou a categoria sem aumento por dois anos

23 de junho de 2011
O bloco traidor PT-PCdoB no 30º Conrep (Conselho de Representantes da Federação) para afirmar sua política de defesa da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) propôs um miserável índice salarial de 24% para a campanha salarial dos trabalhadores dos Correios desse ano.
O reajuste apresentado pelos traidores foi aprovado pela plenária do Conrep, composta em sua maioria pelo bloco PT-PCdoB. A reivindicação é uma piada contra a categoria que está há dois anos sem aumento salarial.
Por conta do fraudado acordo bianual, aprovado contra a vontade dos trabalhadores em 2009, a categoria recebeu 0,1% de reajuste em 2010, além de ter ficado sem luta por dois anos. O golpe do acordo bianual, no qual direção da empresa e sindicalistas do PT e do PCdoB estiveram juntos, foi uma fraude escandalosa. Foi necessária a intervenção direta da direção da empresa e de chefes para fraudar assembléias e a assinar o acordo.
Nessa campanha salarial, os planos da empresa são ainda piores, devido ao aumento da crise econômica no País, que exige que os patrões aumente a exploração dos trabalhadores, mas principalmente devido ao plano de privatização dos Correios.
A direção da ECT, com a ajuda do Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e Psol), quer um acordo salarial pior do que o de 2009. É necessário aumentar os ataques contra a categoria para impor a privatização dos Correios e assim, garantir os lucros dos abutres internacionais que estão colocando as mãos nos Correios.
Por isso, o Conrep, domina pelo bloco traidor, aprovou essa proposta miserável para os trabalhadores.
O PSTU, por sua, como cobertura da traição, propôs um reajuste também miserável de 34,18%, que não foi aprovado. O reajuste proposto pelo PSTU quase não se diferencia do aprovado pelo bloco PT-PCdoB, já que os 24% aprovados não incluem as perdas da inflação.
É importante ressaltar também que a migalha proposta pelo PSTU é menos do que os 35% reivindicado pela Frente dos 17 sindicatos contrário ao acordo bianual, que se formou após a traição da campanha salarial de 2009. O PSTU, apesar de todo o boicote interno liderado por ele mesmo, também fazia parte do bloco dos 17. Agora, passados dois anos, o PSTU rebaixa até mesmo aquilo que dizia defender, provando que estão completamente alinhados com o bloco traidor na defesa da privatização.
Não foi à toa que o Bando dos Quatro se uniu novamente para defender a direção dos Correios e excluir a oposição nacional Ecetistas em Luta, do PCO.
Os trabalhadores dos Correios não aceitam migalhas. A exploração nos setores de trabalho chegou ao limite. Os trabalhadores devem lutar por 74% de aumento ou greve.

sábado, 25 de junho de 2011

A repressão aos camponenses continua na Amazônia

Intervenção militar na Amazônia
A repressão contra os camponeses continua
O envio de tropas militares apenas reforça o aparelho do Estado, instrumento utilizado pelos latifundiários e madeireiros para reprimir os camponeses

24 de junho de 2011
Há aproximadamente vinte dias, o governo Dilma Rousseff mandou tropas da Força Nacional de Segurança e do Exército para a região amazônica. A desculpa do governo era que a intervenção federal serviria como um instrumento para por fim ao massacre de camponeses colocado em prática por milícias financiadas por latifundiários e madeireiros. Somente na segunda quinzena de maio foram assassinados quatro importantes líderes camponeses da região.
Desde o primeiro anúncio da intervenção federal, denunciamos neste jornal que esta se tornaria mais um instrumento de repressão contra os camponeses, pois levaria ao fortalecimento do aparelho do estado, usado com instrumento dos latifundiários contra os camponeses. Dois fatos recentes mostram que a repressão contra os camponeses continua se intensificando mesmo após a chegada das tropas.
O primeiro caso envolve a camponesa Nilcilene Miguel de Lima. Ela recebeu ameaças de um pistoleiro e foi obrigada a fugir de casa para não ser morta. Agora, ela está escondida sob a proteção da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
O segundo caso envolve José Batista Afonso, advogado da Comissão Pastoral da Terra em Marabá, cidade do estado do Pará. Afondo foi condenado no dia 20 de junho há uma pena de um ano e 11 meses de prisão. A condenação ocorreu por causa de uma ocupação de terras em 1999. Ou seja, enquanto os mandantes e os criminosos que estão promovendo um massacre estão impunes, as pessoas que defendem a luta pela reforma agrária são condenadas.
Estes dois fatos desmascaram um dos argumentos do governo que usou como justificativa para o envio das tropas a desculpa de que “o Estado está ausente naquela região”. Na verdade, o Estado se mostra presente na região, mas apenas quando se trata de reprimir a luta dos camponeses, como ficou claro no caso da condenação do advogado da CPT.
Por outro lado, a Força Nacional de Segurança e as Forças Armadas não está no local para garantir a segurança dos camponeses e mesmo que estivesse os fatos mostram que ela é completamente incapaz de defender a população. Os camponeses continuam sendo ameaçados, como comprova o caso da camponesa Nilcilene Miguel de Lima, descrito anteriormente nesta matéria
Um detalhe importante é que diante da ameaça de morte, Nilcilene teve que recorrer à proteção da Comissão Pastoral da Terra. Ou seja, foi a CPT, quem foi proteger a camponesa contra a ameaça de morte, e não o governo.
Diante disso só nos restam duas conclusões. A Força Nacional de Segurança não está na região amazônica para evitar o massacre e os camponeses devem apostar nas suas próprias forças para conter a ofensiva dos latifundiários e madeireiros.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Os donos da educação

Os donos da educação

Percival Puggina
Li, recentemente, artigo criticando os que se aventuram a opinar sobre Educação sem o preparo acadêmico específico. Educação, a exemplo de outras ciências, segundo aquele texto, somente poderia ser abordada, com propriedade, por profissionais da área. Traduzindo: cada macaco no seu galho.



Sindicalistas de oposição dos Correios em crise e o PSTU aliado ao PT-PC do B.

Liquidação total
Sindicalistas de oposição também estão sendo comprados pela direção da ECT e a burocracia do PT-PCdoB
Dirigentes sindicais do MRL e da ASS, que faziam parte da oposição ao acordo bianual nos Correios, estão recebendo cargos de chefia nos Correios e o PSTU está recebendo de presente o reconhecimento de uma nova federação anã, para garantir cargos e liberações

22 de junho de 2011


Para colocar em prática o maior ataque contra os trabalhadores dos Correios, o governo e a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) promovem um verdadeiro mercado de compra e venda de sindicalistas. Somente desde que o governo do PT chegou ao poder, em 2003, contas aproximadas apontam que cerca de 500 dirigentes sindicais ganharam cargos de chefia na empresa, em troca da traição dos cem mil trabalhadores ecetistas.
Há uma lista enorme de ex-sindicalistas que compõem, nesse momento, inclusive posições que os colocam diretamente em oposição aos trabalhadores. Muitos desses ex-sindicalistas fazem parte das mesas de negociação da empresa contra a categoria. O caso mais recente foi a comissão de negociação da ECT sobre a PLR, que era composta praticamente toda de ex-sindicalistas que receberam cargos, inclusive diretorias regionais. Estão parasitas dos trabalhadores foram comprados pelos patrões para atacar os trabalhadores.
A maior parte desses ex-sindicalistas compõe a base de sustentação do governo do PT. São principalmente sindicalistas da Articulação Sindical/PT e do PCdoB.
Essa ofensiva é parte dos planos para paralisar o movimento sindical através da corrupção desses dirigentes sindicais.
Após a assinatura do acordo bianual em 2009, assinado pelos traidores do PT e do PCdoB contra a vontade dos trabalhadores, em conluio com a direção da empresa, o esquema de corrupção desses sindicalistas se tornou algo escancarado e escandaloso. As demonstrações quase explícitas de corrupção, serviu como um fator de enorme desmoralização desses sindicalistas, que nesse momento atravessam uma crise terminal dentro do movimento sindical dos Correios.
Tal desmoralização está obrigando a empresa a partir para a compra de sindicalistas da oposição. Com a fraude do acordo bianual, formou-se um bloco de oposição do qual participavam 17 sindicatos e alguns grupos políticos. O risco de que esse bloco de oposição fizesse desmoronar de vez o regime estabelecido dentro da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios), haja vista que a oposição estava praticamente em pé de igualdade em relação à maioria da federação (Articulação/PT e PCdoB), obrigou a empresa a destruir esse bloco de 17 sindicatos através da compra dos sindicalistas da oposição.

Oposição à venda


Dentre os principais grupos que formavam o bloco dos 17 sindicatos, dois deles MRL (Movimento Resistência e Luta) e ASS (Alternativa Sindical Socialista), ambos compostos majoritariamente por militantes do PT, têm alguns de seus dirigentes recebendo cargos na ECT.

Para citar apenas alguns exemplos. É público que o representante do MRL no comando de negociação da PLR, chamado Nilson Rodrigues dos Santos, presidente do Sindicato do Paraná, tem um cargo prometido na empresa. Nilson assinou a PLR miserável dos trabalhadores, estabelecendo critérios para punir duas vezes a categoria.
Uma das representantes da ASS, que chegou a fazer parte do bloco dos 17, foi a sindicalista conhecida pelo apelido de “Lourdinha” do Ceará. Lourdinha está fazendo um abaixo-assinado para conseguir um cargo de diretora regional no estado. A vontade de ser patrão é cada vez maior entre aqueles que se diziam de oposição.

A federação anã: o ”PCCS” do PSTU


O PSTU/Conlutas é outro grupo que fez parte do bloco de oposição ao acordo bianual. Esse grupo foi o mais ativo no boicote à frente dos 17 sindicatos que se opuseram ao golpe dado na campanha salarial de 2009, que terminou com a aliança com o próprio secretário-geral da Fentect, José Ivaldo “Talibã”, do PT nas eleições para a diretoria do Sindicato de São Paulo.

Com o fim do bloco dos 17, o PSTU/Conlutas está colocando em prática uma política para dividir a Fentect. Para isso, juntaram meia-dúzia de sindicatos, que não correspondem sequer a 10% da categoria, para formar uma federação anã. Todo o discurso oposicionista fica totalmente apagado, basta um breve olhar sobre a própria atuação do PSTU no último Conrep (Conselho de Representantes da Fentect). O bloco traidor do PT e do PCdoB, não só não se opunha à idéia de que os “grandes oposicionistas” iriam romper com a Fentect, mas também deram de presente para o PSTU os trabalhos da mesa da plenária.
Na realidade, fica claro que há um acordo para que o PSTU possa colocar em prática, com o apoio da empresa e do bloco PT e PCdoB, sua política divisionista. Essa política, o maior crime contra a categoria, vai deixar o bloco dominante na Fentect com uma maioria mais folgada. Isso significa que a divisão vai possibilitar que a burocracia sindical do PT e do PCdoB ganhe um fôlego e alivie a crise que passam nesse momento.
Em troca de favorecer o governo e o bloco traidor para que coloquem em prática a privatização dos Correios e os maiores ataques contra os trabalhadores, o PSTU/Conlutas vai ganhar o reconhecimento de sua nova federação anã, com mais liberações sindicais, verbas dos sindicatos e cargos para distribuir entre os seus. É o Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) do PSTU: ao invés de lutar em defesa dos interesses dos trabalhadores, lutam para conseguir mais vantagens para seus “sindicalistas”
A nova federação, apoiada pela direção da ECT e pelos traidores, é a versão “esquerdista” da compra e venda de sindicalistas. O PSTU quer paralisar toda a luta dos trabalhadores contra a privatização em troca de seus interesses particulares. É uma verdadeira liquidação de sindicalistas.






A esquerda fora do eixo

Recomendo a leitura do artigo  A esquerda fora do eixo publicado pelo site Passa Palavra, na tentativa de compreender as novas forças sociais que estão por trás da nova onda de manifestações que tem ocorrido no Brasil, em especial em São Paulo.
Além da leitura do artigo recomendo a leitura dos comentários que elucidam muito mais as posições e traz um debate aberto entre as diversas posições.
http://passapalavra.info/?p=41221

Orkut vai morrer, diz especialista brasileiro

Orkut vai morrer, diz especialista
Para o cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R), Silvio Meira, rede social criada em 2004 e comprada depois pelo Google está morta do ponto de vista da inovação. Segundo o pesquisador, Facebook deve engolir o concorrente. “Eles estão criando uma internet dentro da internet”, diz.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Aviso aos carteiros de todo o Brasil

Aos trabalhadores dos Correios da base dos Sindicatos do Amazonas, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, São José do Rio Preto e Vale do Paraíba
Trabalhador! Querem usar seu sindicato para dividir o movimento dos correios pelas suas costas


18 de junho de 2011

PSTU/Conlutas quer criar uma federação com menos de 10% da categoria para facilitar a privatizacão 
O PSTU-Conlutas aliciou alguns sindicalistas como Emanuel do Sintect-PB, José Rodrigues do Sintect-PI, uma parcela da diretoria do Sintect-RS, a diretoria do Sintect-AM, do Sintect-PE, do Sintect-SJO e Sintect-VP para fazer seus sindicatos romperem com a Fentect e criar uma pequena federação que não possui nem 10% de todos os trabalhadores dos correios.
Esse fato pode ter conseqüências desastrosas para todo o movimento dos correios e facilitar o caminho da privatização e das demissões.
Nesse momento estão discutindo a criação de uma Frente que dizem, mentirosamente, que é para combater os pelegos e governistas dos sindicatos e da federação, mas que em pouco tempo será usada para dar um golpe contra os trabalhadores e será validada como uma nova federação.
Um exemplo desastroso dessa política ocorreu nos petroleiros, onde também houve discussões dentro da burocracia sindical, e logo foi criada a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), fato que fortaleceu a burocracia e facilitou o caminho da privatização.
Vale lembrar que todo esse processo está acontecendo nas costas dos trabalhadores que não são informados dessas decisões, não participam de nenhuma discussão democrática e não há acordo nem na direção dos sindicatos que compõe a Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios (FNTC). É tudo feito entre quatro paredes, sem discussãoo com a base.
Estão querendo dividir o movimento dos correios 
O fato acima demonstra uma clara política de dividir o movimento dos correios que terá como conseqüência inevitável o enfraquecimento da luta contra a privatização. É uma verdadeira traição e covardia, pois os patrões continuariam unificados e só para se ter uma ideia existiriam duas campanhas salariais, uma para cada federação, prejudicando principalmente a federação menor porque possui menor poder de pressão contra a empresa e sempre ficaria completamente à reboque das negociações dos traidores do PT/PCdoB na Fentect, sem nenhuma força para alterar as suas decisões.
Em decorrência dessa política abre-se caminho para quebrar uma das maiores conquistas dos trabalhadores dos correios que é a isonomia salarial em escala nacional. Estabeleceria pela primeira vez nos Correios um desejo antigo da direção da empresa, a de ter salários regionalizados, política da campanha eleitoral do candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, representante do partido que realizou as maiores privatizações do país, defendendo a estadualização dos correios.
A criação da nova federação alivia a pressão dos trabalhadores e sindicatos sobre a burocracia da Fentect 
A saída dos sindicatos da Fentect é deixada de lado pelo PT/PCdoB porque vai retirar a pressão sobre a burocracia exercida pela oposição. Um bom exemplo é o que ocorreu com o acordo bianual, em razão do qual foram criados dois blocos dentro da verdadeira federação (Fentect), um de oposição ao acordo e outro favorável. O bloco da oposição formado por 17 sindicatos imobilizou o bloco de 18 sindicatos favorável ao acordo bianual e criou uma enorme crise dentro da burocracia, barrando os ataques da empresa para a privatização.
A saída dos sindicatos da federação unitária (Fentect) para a federação anã (FNTC) representa uma perda de cinco a sete votos, com isso o número de sindicatos oposicionistas cairia para dez ou doze e fortaleceria o bloco favorável à privatização, que continuaria com 18 sindicatos. Prestam um grande serviço à burocracia sindical do PT e do PCdoB que retomariam uma maioria folgada na federação.

Querem tirar essa pressão no momento em que o correio está sendo privatizado

O mais absurdo da “nova federação” é que ela surge no momento de em que a ECT está sendo privatizada. No momento em que os trabalhadores estão em luta contra a burocracia do PT/PCdoB e a privatização, o PSTU/Conlutas tenta, cinicamente, convencer meia dúzia de sindicatos que a Fentect é pelega, burocrática e antidemocrática a formar a “nova federação”. Estão abandonando a federação ao bel prazer dos traidores para que possam continuar impondo derrotas à categoria, no momento em que a categoria deveria estar unida para derrotar a frágil burocracia do PT/PCdoB na Fentect. Estão na prática jogando a categoria aos leões e facilitando a privatização da empresa. 
O que está por trás da montagem dessa arapuca contra os trabalhadores? 
O que está por trás dessa arapuca é manobra rasteira de quem está preocupado em garantir privilégios miúdos em detrimento da luta dos trabalhadores. Com a criação da “nova federação” recolheriam dinheiro dos sindicatos filiados para a “central” sindical anã, a Conlutas, ou seja, para os sindicalistas do PSTU, e negociariam com a empresa a liberação de dirigentes sindicais, formando uma nova burocracia como a Fentect, com os mesmos privilégios.
Estão entregando a cabeça dos ecetistas numa bandeja para os patrões em troca de dinheiro e liberação.
 Quem está por trás dessa arapuca? 
O grupo que está por trás de toda essa operação favorável a privatização é o PSTU/Conlutas. Há tempos o PSTU/Conlutas está apoiando a burocracia do PT/PCdoB nos correios, formando o Bando dos Quatro (PT/PCdoB/Psol/PSTU). Atuaram juntos em todas as políticas de ataques aos trabalhadores no PCCS da escravidão, na sabotagem ao Bloco dos 17, na luta contra o acordo bianual, na intervenção nos sindicatos, entre muitas outras traições. Falam sempre do PT, mas sempre estão com eles e suas manobras estão favorecendo a burocracia formada pelo PT em todos os locais de intervenção do PSTU.
A prova de que são aliados e não inimigos do PcdoB-PT é o fato de que formaram na última eleição, no maior sindicato do país, o Sintect-SP, uma chapa com ninguém menos que o autor do acordo bianual, desmoralizando completamente qualquer idéia de oposição ao acordo bianual e aos traidores da categoria.
É um partido de oportunistas da pior espécie, que transformam o movimento sindical em um cabide de empregos. Agora convenceram alguns sindicalistas acovardados com a pressão da empresa com a privatização e a ameaça de perderem seus sindicatos a entrar num chiqueirinho sindical para se esconderem da luta contra a burocracia. 
Nesse exato momento estão mancomunados com o PT e PCdoB 
Neste momento o PSTU/Conlutas está atuando em conjunto com o PT/PCdoB na traição que representa a Medida Provisória – 532. Mesmo sabendo que essa é mais uma manobra do PT e do PCdoB para impor a privatização da ECT e desviar a atenção da luta dos trabalhadores contra os ataques privatistas da empresa. O PSTU/Conlutas para consagrar essa traição com um ar de “esquerda” e combativo dá apoio a essa política corrupta.
Estão facilitando as manobras da empresa e do PT/PCdoB para impor a privatização aos trabalhadores, e retomar novamente seu posto no Bando dos Quatro. 
Não à divisão do movimento dos correios 
Essa política covarde e traidora do PSTU/Conlutas deve ser amplamente denunciada e deve ser feito um chamado aos trabalhadores para não aceitar a divisão da categoria e garantir a unidade dos trabalhadores e a luta para derrotar o frágil bloco formado pelo PT/PCdoB.
Não se deve aceitar a troca de dinheiro e liberação de dirigentes pela luta dos trabalhadores contra a privatização realizada entre PT/PCdoB/Direção da Empresa e PSTU/Conlutas. 
Pela criação de uma oposição para derrubar o PT, PCdoB e o PSTU
Os trabalhadores devem se unir em torno da uma política de combate à burocracia do PT e do PCdoB e repudiar as tentativas de sabotagem do PSTU contra a unidade da categoria. É notório que o bloco PT/PCdoB se encontra fragilizado neste momento devido ao repúdio da categoria ao apoio dado por esse setor à privatização da empresa.
Não à divisão da categoria!
Fora os pelegos corruptos das entidades dos trabalhadores!

A luta secreta de D. Paulo Evaristo Arns

A luta secreta de D. Paulo Arns

Documentos inéditos obtidos pelo 'Estado' em Genebra revelam como o cardeal e a Igreja combateram a ditadura militar

FONTE: Jamil Chade - O Estado de S. Paulo 19 de junho de 2011 |
 
No auge da violência promovida pelo governo militar, parte da Igreja e centenas de líderes religiosos no Brasil passaram a ser alvo da repressão. Documentos guardados há décadas em Genebra obtidos pelo Estado revelam como o cardeal d. Paulo Evaristo Arns liderou um lobby internacional, coletou fundos de forma sigilosa e manteve encontros com líderes no exterior para alertar sobre as violações aos direitos humanos no Brasil.
Janete Longo/AE
Janete Longo/AE
Engajado. D. Paulo, diante de presídio: busca de apoio contra repressão
A atuação do arcebispo de São Paulo mobilizou uma rede de informantes, financiadores e apoiadores secretos pelo mundo. Dentro do País, os documentos mostram que ele e seus aliados organizaram manifestações, incentivaram líderes operários e pagaram despesas das famílias dos grevistas no ABC em 1980.
Relatórios, testemunhos, cartas, informações de dissidentes e dezenas de acusações fazem parte de três caixas de documentos entregues ao Brasil na terça-feira, para que possam ser estudados e eventualmente, como espera a ONU, sirvam de base para processos contra autores de crimes contra a humanidade. Os documentos originais foram mantidos no Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra. O Estado teve acesso às mais de 3 mil páginas e, nos próximos dias, publicará parte do conteúdo que está nas caixas entregues à Justiça no Brasil.
A máquina de tortura instalada no Estado não havia poupado nem sacerdotes. Em dezembro de 1978, o Centro Ecumênico de Documentação e Informação, no Rio, coletaria vasto material sobre a repressão sofrida pela Igreja naquela década.
O texto de introdução do levantamento deixa claro que o material havia sido encomendado por d. Paulo, que já tentava organizar um dossiê que compilasse as violações aos direitos humanos e pudesse ser usado em algum momento pela Justiça.
Segundo o relatório, entre 1968 e 1978, 122 religiosos foram presos pelo regime militar. Havia 36 estrangeiros, 9 bispos, 84 sacerdotes, 13 seminaristas e 6 freiras. Outras 273 pessoas "engajadas no trabalho pastoral" tinham sido detidas. Dessas, 34 foram vítimas de torturas como choques elétricos, paus de arara e pressões psicológicas. "Há registros de pessoas que ficam inutilizadas física e/ou psicologicamente por motivo da tortura."
Entre os motivos mais frequentes de prisão estava o fato de proferirem homilias que desagradavam às autoridades, além de ajudarem a organizar manifestações operárias.
Até aquele momento, pelo menos sete pessoas haviam sido mortas como forma de pressão ao clero, tidas como "subversivas" ou suspeitas de passar informações a dissidentes. Foram registrados 18 casos de ameaça de morte e uma dezena de sequestros. A repressão também intimou 75 líderes religiosos a depor, para que denunciassem bispos e sacerdotes.
Reação. Na segunda metade dos anos 70, d. Paulo e líderes religiosos do exterior avaliaram que era hora de reagir nos bastidores para reunir apoio internacional e demonstrar a insatisfação popular nas ruas. Em 27 de setembro de 1977, o então encarregado de Direitos Humanos na América Latina do Conselho Mundial de Igrejas enviou de São Paulo uma carta a Genebra alertando para a "crescente tensão entre a Igreja e as autoridades". A correspondência foi classificada como "confidencial" e seu autor, Charles Harper, pediu que o documento "não fosse publicado".
A carta relata dois fatos fundamentais daqueles dias. O primeiro foi o ato que reuniu 6 mil pessoas na Igreja da Penha, em São Paulo. "Foi a primeira vez que uma articulação tão lúcida, sob a iniciativa da Igreja no Brasil, foi feita desde 1964 em relação aos direitos humanos", disse Harper. O segundo relato trata da invasão da PUC, no qual Harper aponta para a apreensão de uma tonelada de "material e equipamento subversivo" e para a prisão de 1,5 mil alunos, "alguns em plena prova" nas salas de aula. Para ele, o ocorrido "deve ser visto como uma retaliação contra a Igreja".
O relato alerta para a pressão sobre d. Paulo, considerado alguém de "coragem, firmeza e sentido de timing". Para Harper, os movimentos de liberalização do regime eram acompanhados por uma hesitação dos militares, temerosos de terem de responder pela violência dos anos anteriores e pela corrupção. "Muitos acreditam que há um forte endurecimento das ações repressivas."
Harper sugere que o Conselho Mundial de Igrejas demonstre apoio às instituições religiosas no Brasil. Poucos dias depois, a entidade em Genebra enviaria telegramas para manifestar sua oposição à repressão e apoio à democracia.
Clandestinos. A relação entre o Conselho e d. Paulo ganharia novas dimensões. Dois anos após a invasão da PUC, o cardeal escreveu ao então secretário-geral do Conselho de Igrejas, Philip Potter, sob o alerta de que o "conteúdo dessa carta deve ser confidencial, dada suas implicações". Era o pedido por fundos internacionais clandestinos para a operação que culminaria na publicação, em 1985, de Brasil: Nunca Mais. A pesquisa revelaria nomes de 444 torturadores, 242 centros de tortura no Brasil e, com os testemunhos de milhares de vítimas, apontaria a dimensão da repressão no País.
O projeto foi ideia do reverendo protestante Jaime Wright, cujo irmão, Paulo, havia sido morto pelo regime. Em vez de procurar sua igreja, o pastor optou por se aliar a d. Paulo. Mas o cardeal resistia em pedir dinheiro para a Igreja Católica no Brasil, temendo que a ala conservadora abafasse o projeto e o denunciasse. A solução era pedir dinheiro de forma ilegal, vindo da Suíça.
Era um projeto ambicioso. O grupo usaria uma brecha na lei para compilar os dados. Para se preparar para a Lei da Anistia, dissidentes e advogados tiveram acesso por 24 horas a seus dossiês. Foi o suficiente para que o grupo detalhasse a repressão em 1 milhão de páginas coletadas.
"Por todo Brasil, em Cortes militares, há uma abundância de material que substanciam 15 anos de repressão, contidas em centenas de dossiês", afirmou d. Paulo. Em outra carta, o cardeal chegou a citar o caráter "enciclopédico da tortura" no Brasil.
"Sentimos que as igrejas precisam tomar a iniciativa de garantir que, pela publicação desse material, tais coisas não ocorram de novo", argumentou d. Paulo. "Pedimos, portanto, que o Conselho Mundial de Igrejas aceite a tarefa de levantar a grande maioria dos fundos necessários, de uma forma confidencial."
Os arquivos guardaram tabelas detalhadas sobre os custos e as viagens dos pesquisadores. D. Paulo precisava de US$ 329,1 mil para completar seu projeto. O equipamento comprado seria doado para a PUC.
Quase um ano depois, em 23 de junho de 1980, o cardeal receberia uma carta de Potter com duas notícias importantes. A primeira era de uma doação às " famílias dos operários em greve no ABC". Mas era a segunda notícia que mais impactaria d. Paulo. O Conselho confirmava que havia conseguido "levantar a maior parte dos recursos necessários à realização do projeto especial". Potter garantia que a pesquisa sobre a tortura no Brasil seria divulgada nas igrejas "em todo o mundo para sua reflexão".
Depois de copiados, os processos eram enviados para São Paulo, onde eram transformados em microfilmes. De lá, seguiam escondidos para Genebra. Quem chegava à cidade suíça com as informações retornava ao Brasil com dinheiro para o projeto, escondido dentro do cinto.
Em 19 de fevereiro de 1983, d. Paulo fez questão de informar a Potter que o dinheiro "estava sendo gasto estritamente de acordo com os planos aprovados". E afirmou: "Esse projeto terá efeitos duradouros." E não só políticos. Mais que aliados, d. Paulo e Jaime Wright tornaram-se amigos, como mostra uma carta de 1996.
Para Charles Harper, que hoje vive na França, d. Paulo deu apoio moral e espaço físico para quem, dentro da Igreja, lutou contra a ditadura. O projeto valeu a adesão do Brasil nos anos 80 à Convenção da ONU contra Tortura. Para Harper, mesmo que os criminosos nunca tenham ido à Justiça, o trabalho de d. Paulo e do arquivo em Genebra fez com que a tortura no País e suas vítimas não sejam esquecidas

Itamaraty avalia os arquivos secretos

Itamaraty avalia arquivos para saber o que manterá em segredo eterno

19/6/2011 8:25,  Por Redação, com ABr - de Brasília
Itamaraty
O Itamaraty dispõe de arquivos desde a descoberta do Brasil
Em meio às polêmicas sobre a autorização do fim do sigilo de documentos considerados ultrassecretos no país, o Ministério das Relações Exteriores determinou uma análise criteriosa de todos os papéis guardados nos seus arquivos. O Itamaraty dispõe de dois arquivos – um no Rio de Janeiro, onde estão os documentos datados de 1808 até 1960 e outro em Brasília, que guarda os papéis de 1961 até os dias de hoje.
A ordem é para inventariar todos os documentos. Pelo levantamento relativo aos documentos do ano passado, foram emitidos no Itamaraty e em todas as embaixadas do Brasil no exterior 340.203 documentos. Deste total, apenas 426 são ultrassecretos, dos quais 292 foram enviados pelas representações diplomáticas do Brasil no exterior e 134 encaminhados pelo Itamaraty.
O processo de inventário de todo o material elaborado pelo Itamaraty ainda está na sua primeira etapa. Porém, a orientação é que os funcionários trabalhem contra o tempo para que o comando do Ministério das Relações Exteriores tenha os dados detalhados para informar a Presidência da República se há necessidade de manter sigilo sobre certos documentos.
De acordo com os diplomatas que participam dos trabalhos de avaliação dos arquivos, as análises preliminares mostram que, em geral, os papéis classificados como ultrassecretos tratam de questões administrativas, senhas e recursos. Só que tem acesso aos documentos elaborados pelo Itamaraty categorizados como ultrassecretos são pessoas autorizadas pelo comando do ministério.
Pelos dados do Itamaraty, com base nas informações de 2010, do total de documentos, 95% são chamados de “ostensivos” e, portanto, são abertos, sem restrições. São 320.066 documentos avaliados dessa forma. Os demais 20.137 são categorizados como ultrassecretos, secretos e reservados. Segundo os diplomatas, estão autorizados a ter acesso aos documentos secretos e reservados os funcionários do Ministério das Relações Exteriores que necessitem de dados contidos nesses papéis.
O Itamaraty classifica os documentos em despachos telegráficos – os emitidos pelo ministério para suas representações ou quaisquer instituições – e telegramas – os elaborados pelos escritórios, consulados e pelas embaixadas brasileiras.
A polêmica em torno dos documentos ultrassecretos veio à tona com o debate que está no Senado. Há dois anos o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou um projeto ao Congresso Nacional propondo a redução de 30 para 25 anos no tempo que documentos considerados ultrassecretos deverão ser mantidos em sigilo.
Pela proposta, o prazo poderia ser renovado indefinidamente. Mas, no ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda ao projeto, limitando a renovação de prazo para uma vez por até 50 anos. À espera de discussão e votação no Senado, o assunto divide opiniões entre os parlamentares e também no governo. Para os defensores do sigilo, ele é necessário para preservação das questões de Estado. Os contrários ao sigilo afirmam que, em uma democracia, não deve haver esse tipo de restrição.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A ditadura PT-PC do B e PSTU defendem a destruição da FENTECT e apoia a privatização dos Correios

A ditadura do Bloco PT, PCdoB e PSTU
Garantir a privatização da ECT destruindo a Fentect pela eliminação da sua democracia interna
Um acordo entre PT, PCdoB e PSTU no Conrep serve para defender colocar em prática a defesa da privatização dos Correios e tentar derrotar a oposição

17 de junho de 2011
O XXX Conrep (Conselho de Representantes da Fentect) está marcado pela volta oficial do Bando dos Quatro na categoria dos Correios. Depois de a burocracia sindical traidora do PT e do PCdoB, que formam a maioria da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios), ter entrado em uma crise terminal após o golpe do acordo bianual em 2009, o PSTU/Conlutas é a bola da vez para defender a política do governo contra os trabalhadores e salvar o PT e o PCdoB da extinção na categoria.
O PSTU/Conlutas foi o principal agente para destruir o Bloco dos 17, oposição formada após o golpe do acordo bianual. Depois de muitas intrigas e de muito “trabalho” para acabar com esse bloco oposicionista, o PSTU/Conlutas deu o golpe de misericórdia ao montar uma chapa com José Rivaldo Talibã, secretário-geral da Fentect e principal “homem” do acordo bianual, para as eleições do Sintect-SP, principal sindicato da categoria.
Conlutas-Talibã
O PSTU é neste momento, nos correios, o principal instrumento político para que o ataque da empresa à Fentect tenha êxito, pois o PT-PCdoB, pelo fato de estarem totalmente desmoralizados pela corrupção de sindicalistas que assumiram cargos na empresa, não têm forças para impor sua ditadura na Fentect sem uma fachada de esquerda.
O interesse do PSTU/Conlutas em acabar com o Bloco dos 17 era o de afastar os companheiros da corrente Ecetistas em Luta, do PCO, que dirige o terceiro maior sindicato do País (Sintect-MG), para poder colocar em prática aquilo o seu objetivo: romper com a federação e criar uma nova federaçãozinha. Essa é a política que está sendo defendida pelo PSTU/Conlutas nesse Conrep , sobre a qual entraremos em detalhes mais à frente.
Está mais do que claro que nesse Conrep o PSTU/Conlutas está totalmente sob o controle do PT. Há um acordo com o PT e também com o PCdoB para satisfazer interesses meramente particulares do PSTU.
Para se ter uma idéia, o PT e o PCdoB deu para o PSTU/Conlutas o controle da mesa do Conrep. O Geraldinho do PSTU/Conlutas de São Paulo está “comandando” a mesa. Algo bem interessante para quem está querendo romper com a Fentect e formar uma nova federação com a desculpa de que a Fentect é burocrática. Outro acordo que houve em relação ao Conrep foi sobre a completa falta de participação dos trabalhadores, inclusive dos delegados.
PT, PCdoB e PSTU criaram previamente um regimento para o Conrep que simplesmente acaba com as discussões. O melhor exemplo nesse caso são o grupos de discussão montados, que na realidade deveriam ser chamados de “grupos anti-discussão”. Nesses grupos, os delegados serão obrigados a participar daquilo que já foi arbitrariamente estipulado pela direção da Fentect (PT, PCdoB e PSTU). Dentro dos grupos, é necessário que a proposta de um delegado tenha 30% de aprovação para poder ser levada à plenária. Caso isso não ocorra, o delegado está impossibilitado de sequer discutir sua proposta.
Isso significa que nenhum sindicato independente e a própria oposição teriam condições sequer de levar suas propostas ao plenário. É um expediente ditatorial, típico da direita sindical, para amordaçar o movimento dos trabalhadores. Sem ditadura, é impossível aprovar a privatização.
PT, PCdoB e PSTU defenderam esse grupo de discussão completamente antidemocrático e feito para impedir que se possa haver o mínimo de discussão.
O acordo com o PT tem um objetivo maior. Em troca da derrota de toda a luta contra a privatização, os ataques da empresa e as traições da burocracia sindical, destruindo a oposição, o PSTU/Conlutas vai ganhar de presente um acordo da direção da ECT (PT e PCdoB) para que esta reconheça a nova federação anã que está querendo criar.
Federação sete anões
A nova federação que o PSTU/Conlutas está querendo criar não passa de uma troca de favores com o PT e o PCdoB, que dominam a Fentect, a direção da ECT e o governo.
O que o PSTU quer é cargo. Por isso juntou meia-dúzia de sindicatos e mais uma parte de outro para enganar os otários com um discurso de que a Fentect seria tão burocrática que seria necessário abandoná-la nas mãos do PT e do PCdoB para que estes possam fazer ainda mais livremente todo o tipo de bandalheira contra os trabalhadores.
Essa meia-dúzia de sindicatos não representam nem 10% da categoria, mas já serve para o PSTU conseguir 2% da verba de cada um deles para a federação anã. Junta-se isso ao acordo com o PT (direção da empresa) para este reconheça a nova federação e assim estejam garantidos cargos e liberações sindicais.
O interesse do PSTU é tão grande nesse empreendimento que para a abertura do Conrep foi convidado o próprio Zé Maria.
É para isso que serve o rompimento com a federação. Por um lado o PSTU/Conlutas está atrás de dinheiro e cargos por outro está deixando a Fentect, única organização reconhecida pelos trabalhadores, nas mãos dos traidores do PT e do PCdoB. No momento em que a empresa está sendo privatizada, o PSTU/Conlutas quer ajudar na derrota da luta dos trabalhadores e deixar um presente para a empresa e os traidores. Uma política criminosa.
O problema vai ser o PSTU/Conlutas explicar o Conrep burocrático se ele mesmo está no controle da mesa e se ele mesmo aprovou todas as propostas burocráticas do regimento.
O acordo com o PT e o PCdoB é tão claro que chegou ao nível de o PSTU/Conlutas gritar “fora Anaí e fora PCO” no plenário, mas ninguém ouviu da sua parte o grito de “fora PT e PCdoB” ou “fora Talibã”.
A intervenção dos companheiros da corrente Ecetistas em Luta foi a única que denunciou, apesar de toda a bandalheira e a falta de discussões, a ditadura do regimento aprovado pela burocracia para impedir a participação dos trabalhadores. A corrente Ecetistas em Luta propôs que fosse discutida a privatização da ECT e o problema dos sindicalistas que ganharam cargos de chefia traindo a categoria. O Bando dos Quatro (PT, PCdoB, PSTU e Psol) voltou e foi contra todas essas propostas pois não tem interesse em discuti-las, já que estão no bolso da direção da empresa.
Provocação contra os trabalhadores
Após a discussão sobre o regimento do Conep, seriam apresentados recursos de delegações para a plenária.
Para provocar a bancada da corrente Ecetistas em Luta, composta em sua maioria por companheiros de Minas Gerais, maior sindicato de oposição da categoria, o PCdoB/CTB e o PT apresentaram um recurso da oposição patronal ao Sintect-MG, reivindicando 40% dos delegados.
Esses elementos da oposição são reconhecidamente comprados com dinheiros pela empresa e claro, pelo PCdoB e o PT, para tirar das mãos dos trabalhadores de Minas Gerias o sindicato. A corrupção é pública e os próprios membros dessa oposição patronal admitem que recebem dinheiro para fazer o trabalho sujo da empresa.
PT e PCdoB montaram uma provocação para estrangular o Conrep, com a ajuda irrestrita do PSTU/Conlutas. O PSTU fez um acordo com o PT para aceitar o recurso, ou seja, votar a favor de que a maior bancada oposicionista perdesse delegados para os traidores do PT e do PCdoB.
Nada disso seria possível sem a colaboração estreita do PSTU/Conlutas que fez um acordo de bastidores para aprovar os 30% e para dar 40% da bancada do Minas aos corruptos trazidos pelos privatizadores.
Para defender o recurso, colocaram um ex chefe da ECT, que recebe holerite de chefe, chamado Abrunhosa. Esse elemento, que também foi ex-militante do PSTU, foi denunciado com dedo-dura em todos os setores onde trabalhou em Minas Gerais.
Os próprios trabalhadores denunciaram na assembléia do Sintect-MG que esse Abrunhosa já entregou diversos trabalhadores para a chefia. Não se poderia esperar o contrário de um ex-chefe e de alguém que aceita enfiar a faca em 100 mil trabalhadores em troca de uns trocados.
Montada a provocação e diante da indignação dos trabalhadores de Minas Gerais, o PCdoB agrediu os companheiros do PCO, da corrente Ecetistas em Luta para inviabilizar dar o aval para poder defender a vontade, sem a oposição, a política de privatização dos Correios.
Ditadura sem disfarces
Após a provocação feita aos delegados do Sintect-MG, que originou a briga, os pelegos do PT e PCdoB pagaram ao dono do Hotel Laguna para despejar todos os delegados da Corrente Ecetistas em Luta, que pagaram as altíssimas mensalidades exigidas para participar no Encontro. Esta atitude arbitrária não foi decidida em nenhum fórum sindical, nem na direção da federação, nem no plenário do Conrep, mas é uma decisão ditatorial da camarilha clandestina do PT-PCdoB-PSTU.
Depois disso, e ainda de forma alucinada, estão ameaçando que vão expulsar do Conrep toda a Corrente Ecetistas em Luta. Uma atitude totalmente desesperada, antidemocrática, pois não estão em condições de fazer qualquer debate democrático. Só conseguem manter a Fentect através do expediente da corrupção de pessoas, por cargos ou dinheiro, ou através da ditadura, calando a oposição na base de segurança e bate-pau.
É preciso mobilizar os trabalhadores contra esta ditadura podre a serviço dos banqueiros
É preciso denunciar para todo trabalhador de base o papel patronal do bloco PT-PCdoB e PSTU de se aliar com a direção corrupta da ECT para esconder a privatização dos Correios da categoria.
A situação está deixando claro que para combater a privatização é preciso derrotar o bloco PT-PCdoB e PSTU.
A privatização – que eles procuram disfarçar de todos os modos, porque o governo direitista do PT e do PCdoB não tem coragem de assumir o ônus – é um serviço que estes partidos prestam aos banqueiros e capitalistas nacionais e internacionais que querem ganhar milhões às custas do trabalhadores, da terceirização e da demissão, como já fazem na Petrobrás. Os que defendem a privatização e, particularmente, os que querem impedir o debate democrático no interior dos sindicatos dos correios, estão realizando um trabalho policialesco e reacionário a serviço dos banqueiros e dos seus lucros, como já fizeram na Petrobrás e em outros lugares.
Nós da Corrente Ecetistas em Luta estaremos, logo após o Conrep,  chamando uma reunião amplamente convocada para organizar esta Oposição Nacional. Estaremos divulgando em toda a categoria a ditadura podre do bando PT-PCdoB-PSTU e organizando oposições em todos os sindicatos.
Chamamos todos os sindicalistas honestos e trabalhadores de base a repudiar a farsa montada pelo PT-PCdoB e PSTU, organizando uma corrente de Oposição Nacional para derrotar a privatização. A única maneira de derrotar a privatização, o governo direitista do PT e os banqueiros é derrotar os seus agentes pagos dentro do movimento sindical.

Dilma e os documentos secretos

Dilma e os “documentos secretos” PDF Imprimir E-mail
Escrito por Gustavo Lima   
Sex, 17 de Junho de 2011 19:11


Há dois anos Lula enviou ao Congresso um projeto de lei visando modificar as regras de trato de informações e documentos públicos. Em 2010 o projeto passou sem grandes problemas e alterações pelos deputados, mas agora no senado acaba de sofrer interferência da presidente Dilma Roussef. No dia 14 de junho a recém empoçada ministra Ideli Salvati declarou à imprensa que o governo acataria um pedido de Collor e Sarney. Logo em seguida o líder do PMDB, Romero Jucá, disse que o projeto será retirado do regime de urgência para que Sarney e Collor possam “colaborar”. Com isto, o projeto será enviado para a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Quem é o presidente desta comissão? Fernando Collor.

O projeto iria modificar as regras regentes que permitem que os documentos sejam guardados por 30 anos, mas que com renovações acabam no “sigilo eterno”. O projeto que Dilma barrou alteraria o prazo para 25 anos com apenas uma renovação. Logo, o projeto daria um prazo máximo para que inúmeros documentos que hoje são sigilosos pudessem vir a tona. Dentre estes documentos estão inclusive alguns que datam desde o século XIX.

Por pressão de Fernando Collor e José Sarney, Dilma pretende manter o “sigilo eterno”, obviamente numa tentativa de encobrir crimes dos grupos dominantes no Brasil, que não podemos enumerar justamente por falta de dados, de documentos. Vale lembrar que Sarney já esteve no Planalto há 26 anos, e que as famílias Collor e Sarney estão na política há mais de meio século. Tanto Collor quanto Sarney apoiaram a Ditadura Civil-Militar através do ARENA. Ditadura essa que há muito se esperou seja desmascarada, sendo que a abertura destes documentos dariam um grande passo nesse sentido.
Segundo Sarney “Os documentos históricos, que fazem parte de nossa história diplomática, e que tenham articulações como o Rio Branco teve que fazer muitas vezes, não podemos revelar esses documentos, senão vamos abrir feridas”. Para Sarney “Não se pode fazer Wikileaks da história do Brasil”.

As feridas citadas por Sarney nada mais seriam que as montanhas de corrupção às quais estão relacionadas inclusive o roubo do Acre da Bolívia pelo Brasil e ação do Brasil na guerra do Paraguai, onde 50 mil brasileiros morreram, e outro tanto de paraguaios também. Além disso, ainda há outras questões a se esconder como a Operação Boi Barraca que investiga o filho de Sarney por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e caixa dois.

No entanto, cabe desmistificar essa afirmação do cacique. Evo Morales em encontro com Lula já reivindicou discutir a questão territorial, o que mostra estarem os bolivianos bem informados sobre este passado. Paraguaios guardam um profundo ressentimento. Tudo isto mostra que os que estão desinformados são em grande medida os próprios brasileiros, e o ocultar destes documentos favorece para que a história se mantenha desta forma.

Tais documentos são fundamentais para os historiadores no processo de escrita da História. Não se trata de uma nostalgia nacionalista que necessita resgatar “fontes” para construir a “História do Brasil”, de um “povo sem memória”, pois afinal de contas, até a desconstrução da História também é uma forma de fazer História. Mas trata-se de ampliar o campo de pesquisa em nome da memória de grupos e sujeitos históricos, que como a própria Dilma, foram torturados e sofreram todo o tipo de abuso no período da Ditadura Civil-Militar no Brasil. Além disto, tais documentos ajudariam também para a compreensão do próprio processo econômico ao qual todos nós compartilhamos de suas mazelas na contemporaneidade. Seja um historiador marxista ou um historiador adepto do “Fim da História”, é consenso que os movimentos sociais têm direito a fazer parte da História. Não tornar os ditos documentos secretos acessíveis, é certamente um método dos mais sujos que as classes dominantes recorrem para se manter no poder. Um abuso da História, uso em benefício próprio. Um verdadeiro assassinato.

O que parece ser uma síndrome de Estocolmo na verdade mostra duas questões.

A primeira é a de que há contradições entre partido e governo, embora mínimas, haja vista que desde que o PT se tornou governo o seu processo de eleições internas, o PED, não exerceu grandes transformações na política do governo, ainda que grande parte da militância petista veja agravantes na política conduzida durante os dois mandatos de Lula, e que agora já começam a questionar Dilma em inúmeros pontos. Isto por conta do próprio burocratismo que tomou conta do partido. Esta questão se torna visível com o toque requintado do senador Walter Pinheiro do PT ao sugerir que Dilma não intervenha na votação do projeto, somado ao lembrete do líder da bancada do partido Humberto Costa de que “Não vou patrocinar uma rebelião contra o governo” caso o “Palácio do Planalto convença o partido” de que é necessário barrar o projeto. Lula também defendeu a abertura dos documentos. No último dia 15 após assistir a uma aula de Ariano Suassuna em São Bernardo do Campo disse “acho que o povo tem mais é que saber”.

A segunda, é a de que Dilma se mostra muito mais aberta a “negociar”. Neste caso, claro que negociação significa a submissão de Dilma aos grupos conservadores, como no caso da campanha contra a homofobia que Dilma barrou para tentar salvar o ministério de Palocci. Diga-se de passagem, uma tentativa frustrada.

Uma das perguntas que cabe fazer a Dilma é: como barganhar documentos importantes para a compreensão da memória de milhares de sujeitos que morreram e lutaram contra a Ditadura, sofrendo torturas como ela mesma sofreu? Se esqueceu Dilma que ao ser acusada de terrorista pela mídia golpista até mesmo a esquerda que a criticava saiu em sua defesa, mostrando que nada há de indigno naqueles que sacrificaram sua liberdade em nome da luta comum contra a opressão do capital?

A resposta pode ser simples. Sendo um governo de coalizão entre antigos torturados com sempre torturadores, o resultado não poderia ser outro que uma total contradição. É por isto que o Tenente Coronel Maurício Lopes Lima ironizou ao dizer que “se eu soubesse naquela época que ela seria presidente, eu teria pedido ‘anota aí meu nome, eu sou bonzinho” fazendo referência ao momento em que torturou Dilma em 1970. O mesmo Tenente Coronel que passeia e mora no Guarujá (litoral paulista).

Tais documentos não deveriam ter quantidade de anos para serem públicos. FHC e Lula que se diziam de “esquerda” comeram bola e permitiram – assim como Collor, Itamar e também Sarney o fizeram – que toda a camarilha de assassinos da Ditadura pudessem mesmo pós-85 se rearticular e quiçá dar cabo de muito da documentação que poderia ajudar a mostrar quem foram e são os verdadeiros terroristas.

Os historiadores podem não se pronunciar a respeito da Medida Provisória que estabelece o segredo de orçamentos para as obras em vista da Copa e das Olimpíadas, embora saibamos qual o sentido de medidas assim (fazer valer obras superfaturadas, fraudes, e enfim todo o tipo de corrupção quando se trata de desvio de dinheiro público). É entendível e legítimo que todo e qualquer historiador diga não se importar com isto, embora a visão de que o historiador não se envolve nos debates políticos e sociais de seu tempo esteja cada vez mais rejeitada entre os seus. Mas como historiador, não poderia aceitar passivamente sem pronunciamento público contrário ao fato de que documentos importantes como estes que abrangem desde a guerra do Paraguai, passando pelo período getulista até a ditadura militar, caiam em “sigilo eterno”. Seria manter silêncio sobre fatos, torná-los “secretos”.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

manifesto de educadores e estudantes brasilieros

http://www.adital.org.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=57197

Manifesto de educadores e estudantes contra a violência e a morte no campo brasileiro. Não ao novo Código Florestal

Várias organizações

Adital

"Viver é lutar.” Gonçalves Dias(1).
"Todos sabemos que a nossa época é profundamente bárbara, embora se trate de uma barbárie ligada ao máximo de civilização. (...) [Hoje] já não é admissível a um general vitorioso mandar fazer inscrições dizendo que construiu uma pirâmide com as cabeças dos inimigos mortos, ou que mandou cobrir as muralhas de Nínive com as suas peles escorchadas. Fazem-se coisas parecidas e até piores, mas elas não constituem motivo de celebração.” Antonio Candido(2).

Com profunda tristeza e indignação, nós, trabalhadores da educação, estudantes, pesquisadores e pessoas comprometidas com a formação humana emancipadora, justa e igualitária, homens e mulheres que reconhecem e questionam o mundo, considerando o conhecimento produzido pela humanidade em busca de uma ação transformadora no sentido da afirmação da vida, não podemos aceitar em hipótese alguma e tampouco nos calar diante da morte e da barbárie que se manifesta contra os lutadores do povo no campo brasileiro. Os cinco assassinatos ocorridos em sequência nas últimas semanas no Pará e em Rondônia, que evocam aqueles que também morreram por defenderem a vida e a justiça no país, atestam que o inadmissível continua acontecendo no Brasil, e com requintes de crueldade típicos de tempos em que atos bárbaros estavam na esfera da legalidade.

Diante dos mortos que tiveram as orelhas decepadas, como assinatura perversa do desmando e do arbítrio ainda latente no interior da sociedade brasileira, aflora o sentimento de indignação e angústia, porque fica evidente o caráter regressivo da vida social que mostra sua face de atraso e desagregação como avesso do progresso civilizatório, apregoado contraditoriamente por setores tradicionalmente retrógados e conservadores da vida nacional desde suas origens: latifundiários e ruralistas, travestidos em empreendedores da modernidade no setor agrário do país que utilizam "a pistolagem como estratégia empresarial” e fazem andar de mãos dadas a alta tecnologia do agronegócio e os métodos mais primitivos e truculentos dos senhores de engenho e coronéis.

Entre os cinco mortos, estão pessoas que conheciam profundamente a vida da floresta, assentados que compartilhavam seus conhecimentos e sua produção sustentável com a comunidade universitária, representada pela Universidade Federal do Pará (em especial as ações do Campus Universitário de Marabá e do Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural), com a qual desenvolviam projetos nacionais e internacionais de cooperação científica na construção de alternativas sustentáveis e do combate ao desmatamento na Amazônia. Maria do Espírito Santo da Silva, que se graduou no início de 2011 em Pedagogia do Campo pela UFPA, e o marido, José Cláudio Ribeiro da Silva, eram lideranças importantes do PAE (Projeto Agroextrativista de Praia Alta Piranheira), em Nova Ipixuna, PA, modelo de assentamento sustentável da reforma agrária, adotado pelo INCRA na Amazônia, do qual fazia parte também Herenilton Pereira dos Santos, testemunha da execução do casal em 24 de maio, assassinado no dia 28 do mesmo mês. Adelino Ramos, assassinado em Rondônia no dia 26 de maio, era presidente do Movimento de Camponeses Corumbiara, e uma das lideranças do projeto no Assentamento Agroflorestal Curuquetê, lutava pela preservação ambiental e pela reforma agrária, e foi um dos sobreviventes do Massacre de Corumbiara, ocorrido em 1995, que resultou na morte de 11 camponeses e 1 criança. Marcos Gomes da Silva foi assassinado no dia 02 de junho e era acampado, juntamente com 20 famílias, em Sapucaia, na região de Eldorado dos Carajás, onde ocorreu, em 1996, o massacre de 19 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra pela polícia do estado.

Maria do Espírito Santo da Silva, José Cláudio Ribeiro da Silva e Adelino Ramos sofriam constantes ameaças de morte em razão de sua luta por projetos ambientais e pela reforma agrária, projetos que constituíam um obstáculo significativo ao desmatamento feito pelos madeireiros e latifundiários do Pará, Rondônia e Acre. Essas ameaças se cumpriram exatamente no momento da aprovação do Novo Código Florestal na Câmara dos Deputados em 24 de maio. O novo Código propõe a transferência do controle do desmatamento para estados e municípios; a anistia das multas aplicadas a crimes de degradação ambiental; a retirada da referência à Lei de crimes ambientais (Lei nº 9.605/98); a isenção de manter a reserva legal nos limites da lei em propriedades de até quatro módulos fiscais, o que abre as portas ao desmatamento de 69.245.404 hectares de florestas nativas. A luta desses companheiros, que estava ligada à vocação da pesquisa universitária em favor da vida, não pode ser desvinculada da crítica profunda, responsável e séria ao Novo Código Florestal.

Assim, aqui, manifestamos, em nome desses companheiros que já não podem intervir diretamente, nossa discordância veemente em relação à forma do Novo Código Florestal, afim de que seja reformulado no Senado Federal, onde se faça ouvir, dessa vez, não as vaias dos ruralistas à luta e morte dos assentados pela preservação da floresta e pela justa e imperiosa reforma agrária no país, mas a voz daqueles que corajosamente morreram defendendo que um mundo outro deve ser possível, se construído por nós. A verdade dessa luta é mais forte que a imagem deformada e nociva que parte da mídia brasileira passa à sociedade acerca dos que lutam por reforma agrária e preservação ambiental.

Esses assassinatos, a despeito de toda sua força e crueldade, fazem reviver a memória de todos aqueles que morreram pela construção da justiça no campo. Como educadores, não podemos deixar de nos posicionar ao lado daqueles que lutam por vida digna, educação e terra, aqueles que morreram, aqueles que sofreram ameaças, humilhações e mutilações, como o professor e graduado em Licenciatura em Educação do Campo da UnB, Paulo César da Costa, que foi ameaçado de morte e teve sua orelha cortada por fazendeiros em 2005, em área sob a jurisdição do INCRA, que hoje constitui o Assentamento Pátria Livre, em Santa Catarina. O crime cometido contra esse egresso da Universidade de Brasília está em julgamento e aguarda decisão judicial em primeira instância ainda este ano. Em nome de nossos estudantes e pesquisadores da Educação do Campo, terminamos este manifesto com as palavras de uma das educandas, hoje graduada da primeira turma do curso de Licenciatura em Educação do Campo da UnB, em parceira com o Instituto Técnico de Pesquisa e Capacitação da Reforma Agrária (ITERRA), Carina Adriana Waskievicz:

José Cláudio Ribeiro da Silva "Zé Castanha”
Maria do Espírito Santo da Silva
Adelino Ramos "Dinho”
Herenilton Pereira
Marcos Gomes da Silva
"Pelos nossos mortos nenhum minuto de silêncio, mas uma vida inteira de luta”.

De um lado, muitos Josés, Marias, Adelinos, Hereniltons, Marcos, lutando para preservar o que ainda resta das nossas matas, contra o contrabando de madeira, a produção ilegal de carvão, a concentração de terras. São indígenas, quilombolas, pomeranos, Sem Terra, ribeirinhos, pescadores, que muitas vezes precisam expor suas vidas, já que o que defendem não corresponde aos interesses econômicos e hegemônicos do país. Interesses esses que são defendidos pelos ruralistas, pela direita, pelo capital, sujeitos capazes de destruir não só a floresta, mas a vida humana.

Choramos quando vemos árvores atrás de árvores sendo derrubadas. Mas é difícil dizer o que sentimos quando pessoas são mortas por defenderem a vida. Atos bárbaros como esse despertam forte indignação. Jamais poderíamos permitir que acontecessem, e jamais podemos achar natural e nos calar.

Se contra nossas palavras, nossas denúncias, nossos gritos que reclamam justiça; se contra nossas ações, que, por defenderem a vida, dizem – chega a destruição do planeta – gerada pelo desmatamento, pela poluição, pela destruição das nossas riquezas, e causado pela ambição do homem; se contra tudo isso não há argumentos racionais, eles tentam nos calar roubando a nossa vida.

Mas nós somos povo, somos muitos, temos força, continuaremos levantando as nossas bandeiras, e não deixaremos passar em vão a morte de cada trabalhador e de cada trabalhadora que lutar contra esse sistema que nos maltrata de tantas formas, de todas as formas possíveis.

Não ficaremos em silêncio, nossa vida é luta.

ASSINATURAS:

1.Ana Laura dos Reis Corrêa (professora – UnB)
2.Bernard Herman Hess (professor – UnB)
3.Rafael Litvin Villas Bôas (professor – UnB)
4. João Batista Pereira de Queiroz (Professor – UnB)
5. Wanessa de Castro (Professora – SEEDF – UnB)
6.Jair Reck (Prof. LEDOC- NESCUBA- UnB)
7. Cynara Caroline Kern Barreto (Professora - UnB)
8.Luis Antonio Pasquetti (professor – UnB)
9. Mônica Castagna Molina (professora – UnB)
10.Lais Mourao Sa (professora – UnB)
11. Márcio José Brum ( Professor voluntário- LEDOC)
12. Juarez Martins Rodrigues (Prof. LEDOC- NESCUBA- UnB)

Notas:

(1) "Canção do Tamoio”.
(2) "O direito à literatura”. In: Vários escritos. São Paulo/Rio de Janeiro: Duas Cidades/Ouro sobre Azul, 2008, p.170-171.

Foucalt e a Revolução Iraniana

Resenha do livro Foucault e a Revolução Iraniana - As Relações de Gênero e as Seduções do Islamismo
Maria Júlia Ferraz

“O autor é, portanto, a figura ideológica pela qual se marca a maneira como tememos a proliferação do significado”.
Michel Foucault

Eum momento em que as tensões no Oriente Médio ganham cada vez mais espaço na mídia brasileira, é de extrema importância utilizar a História como instrumento preciso (e precioso) de reflexão sobre os acontecimentos.








Leia mais...  https://www.midiaamais.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=6082&Itemid=59

sábado, 4 de junho de 2011

Parlamentares protestam contra os assassinatos contra os camponeses na Amazônia

Parlamentares protestam contra assassinato de camponeses na região Amazônica


Parlamentares realizaram nesta quarta-feira (1), no plenário da Câmara dos Deputados, um ato em repúdio aos assassinatos de quatro líderes rurais que aconteceram na última semana na região Amazônica. Todos mortos por defenderem a floresta e suas comunidades: o lavrador Eremilton Pereira dos Santos, o sindicalista José Cláudio Silva, a sindicalista Maria do Espírito Santo e Adelino Ramos, do Movimento Camponês.



Para o líder do PSOL, deputado Chico Alencar, as mortes dos quatro brasileiros foram absurdas, violentas, covardes e na tocaia. “Eles foram assassinados, independentemente dos pistoleiros que puxaram os gatilhos, pelos desmatadores, pelos que não têm o menor zelo pela terra, pelos que usam a terra como se fosse um bem de exploração e não um bem de raiz”, afirmou. “Eram pessoas que defendiam a floresta, que defendiam seu manejo sustentável, que defendiam, à moda de Chico Mendes,o extrativismo que alimenta a população, mas não destrói”, disse Chico Alencar.



Para o deputado Ivan Valente, a questão dos assassinatos, agora, não é somente investigar e punir os responsáveis, mas sim intensificar a fiscalização e o controle no que que diz respeito às ameaças e implementar políticas de longo prazo para combater as causas da violência no campo. O deputado falou ainda da aprovação do novo Código Florestal, que só deve aumentar o desmatamento.



“É o faroeste brasileiro. É a impunidade no campo e a continuidade de uma política agrária no nosso País que continua voltada para o agronegócio exportador, para as mineradoras e madeireiras, para a devastação da Amazônia e para a expansão da fronteira agrícola, a fim de colocar um boi por hectare. É uma atitude suicida para este País e precisa ser negada”.



E concluiu Ivan Valente: “[os quatro brasileiros] Não são apenas mais alguns. Eles são simbólicos. São pessoas que lutaram pelo futuro das próximas gerações, que resistiram, que não queriam enriquecer, que queriam igualdade e justiça social e lutaram por um Brasil livre, soberano e democrático. Espero que tiremos lições disso”.



CLIQUE AQUI para ler o pronunciamento do Deputado Federal Ivan Valente sobre a violência no campo.



Foto: Agência Câmara

A Inquisição Portuguesa

Estudo investiga a vida nos cárceres secretos da Inquisição portuguesa





Fonte: FAPERJ - Débora Motta









Reprodução



Com o lema "Misericórdia e Justiça",

a Inquisição perseguia os "hereges"



Ao longo da história, muitos embates foram travados em nome da fé. As perseguições promovidas pela Inquisição portuguesa são um desses capítulos turbulentos. Um estudo da Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, Daniela Buono Calainho, historiadora e professora da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), analisa aspectos pouco conhecidos do cotidiano dos prisioneiros nos cárceres do Tribunal do Santo Ofício português, entre os séculos XVII e meados do XVIII. Este período é considerado o ápice das perseguições inquisitoriais em Portugal e no resto do Império português, inclusive no Brasil, à época ainda colônia.







Nessa época, o Tribunal da Inquisição em Portugal tinha sede em três cidades: Lisboa, Évora e Coimbra. “Todos os processos dos réus oriundos do Brasil eram remetidos para o tribunal lisboeta, o maior deles”, explica a professora, lembrando que a primeira visita da Inquisição ao Brasil ocorreu em 1591, na Bahia. Para repreender as heresias – transgressões aos dogmas da Igreja católica –, instituiu-se na colônia uma figura permanente a serviço da Inquisição: a do familiar. Considerado um cargo de grande prestígio da Inquisição, o familiar era responsável por recolher denúncias sobre os “hereges”, prender os suspeitos e acompanhar os presos nos autos de fé, ocasião em que se lia publicamente as sentenças dos réus, para então queimar aqueles que eram considerados "relaxados ao braço secular".







Uma das maiores heresias aos olhos da Inquisição, que atuou no contexto da Contra-Reforma – movimento criado para fortalecer a fé católica em resposta ao avanço do protestantismo –, era a prática do judaísmo pelos cristãos-novos. "Os hereges mais perseguidos pela Inquisição foram os cristãos-novos, ou seja, os judeus que, convertidos ao cristianismo, eram suspeitos de continuar crendo e praticando sua religião original", explica Daniela Calainho. Entre outros "hereges" perseguidos frequentemente estavam os bígamos, que em alguns casos deixavam as mulheres em Portugal e se casavam pela segunda vez, ao chegar a um novo lugar do Império português; os sodomitas, isto é, os homossexuais; os feiticeiros, ou indivíduos que se dedicavam ao exercício da magia; os blasfemadores, aqueles que desacatavam os dogmas católicos pela palavra; os mouriscos, muçulmanos convertidos ao cristianismo que insistiam em professar a antiga fé; e os protestantes.







Condições degradantes nos cárceres de Lisboa









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Lista dos condenados aos autos de fé:

conduta pessoal era monitorada de perto







O estudo da historiadora Daniela Calainho tem como enfoque os bastidores dos cárceres da Inquisição de Lisboa, localizados no mesmo prédio do Tribunal do Santo Ofício da capital. Em um minucioso levantamento de dados, realizado ao longo de algumas viagens à capital lusitana, desde 2009, a pesquisadora investigou detalhes como de que maneira os réus se comunicavam e como eram as reais condições de vida dos prisioneiros. “Analisamos aspectos como os níveis de comunicabilidade e de sociabilidade possíveis dentro do espaço do cárcere, além do grau de comprometimento físico e emocional dos presos condenados a diversas penas inquisitoriais”, resume.







De acordo com a historiadora, 95% das informações que serviram como base para a pesquisa foram encontradas no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa. Entre os documentos, destacam-se os Regimentos inquisitoriais de 1613, 1640 e 1774, que forneceram pistas sobre como o Santo Ofício organizava seu sistema prisional, os funcionários envolvidos e as relações do tribunal com os presos; os Livros do alcaide dos cárceres, contendo dados pessoais dos presos, locais específicos onde estavam, pedidos variados, petições e ocorrências; os Processos dos diferentes delitos do foro inquisitorial, para descrever o cotidiano dos cárceres, as condições físicas dos detentos e suas relações com o poder inquisitorial; e as Visitas de inspeção ao Tribunal de Lisboa em 1643, 1649 e 1658, ocasião em que se averiguava a conduta moral e ética dos funcionários e sua relação com os presos, além das condições dos cárceres e dos prédios onde funcionava o tribunal.







Para além da complexa burocracia que regia os procedimentos da Inquisição, os documentos revelam as condições de vida nada favoráveis dos calabouços. Lúgubres, insalubres, de higiene precária, escuros e com muitos presos em cada cela. Os réus eram presos enquanto ainda aguardavam o julgamento dos processos, que geralmente transcorriam durante anos a fio, em segredo, obrigando-os a aguardar a decisão final dos inquisidores em meio a inúmeras sessões de inquirições e tortura. “Dificilmente alguém era absolvido. Depois de longos anos de prisão, eles geralmente eram condenados a várias penas, entre elas o degredo ou a temida fogueira”, afirma a pesquisadora.







Aliás, a ideia do segredo dos processos era muito cara ao funcionamento da Inquisição ibérica. “Os próprios calabouços da Inquisição eram chamados de ‘cárceres do secreto’”, explica Daniela Calainho. Ela conta que os prisioneiros não podiam receber visitas nem contar nada do que se passava lá dentro. Além disso, mesmo sem saber o porquê, eram presos e obrigados a confessar o motivo pelo qual imaginavam ter sido presos. “O ato de confessar as heresias era valorizado”, completa a historiadora, acrescentando que outra questão comum que afetava a sociabilidade dos réus nos calabouços eram as denúncias entre os próprios colegas de cela, devido a questões como a prática do judaísmo.







A atuação dos médicos e dos barbeiros nos “cárceres do secreto” também foi considerada pela pesquisadora. Estes profissionais eram responsáveis pelo cuidado dos réus e por atestados deliberativos de comutação das penas, isto é, pela substituição de uma sanção por outra menos grave. “Médicos e barbeiros deliberavam sobre as condições dos réus e se responsabilizavam sobre sua integridade física, de modo que cumprissem suas penas e saíssem de lá vivos. Sua presença também era imprescindível nas sessões de tormento, para avaliar a capacidade dos réus de suportá-las”, diz a historiadora.







Daniela Buono Calainho é autora de dois livros sobre a Inquisição: Agentes da fé: Familiares da Inquisição portuguesa no Brasil colonial, de 2006, da editora Edusc, de São Paulo; e Metrópole das mandingas: Religiosidade africana e Inquisição portuguesa no antigo regime, lançado pela editora Garamond, em 2008, com apoio do Programa de Auxílio à Editoração (APQ3), da FAPERJ. Para ela, estudar a vida nos “cárceres do secreto” pode ajudar a esclarecer uma parte ainda obscura da história. “O estudo dos cárceres inquisitoriais pode nos levar à compreensão da construção da autoridade e dominação da Inquisição sobre a própria sociedade, por meio da pedagogia do medo”, conclui.









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