sábado, 19 de novembro de 2011

Os Egípcios querem um governo civil

Milhares de egípcios protestam no Cairo por transferência para governo civil


18/11/2011 12:42, Por Redação, com Reuters- do Cairo




Mais de 50 mil egípcios foram à Praça Tahrir, no centro do Cairo, se manifestar para exigir que a junta militar que assumiu depois da queda de Mubarak agiliza a transferência de poder para um governo civil

Mais de 50 mil egípcios compareceram nesta sexta-feira à praça Tahrir, no Cairo, para pressionar a junta militar a apressar a transferência do poder para um governo civil, depois de o gabinete interino apresentar uma proposta constitucional que reafirma o poder das Forças Armadas.



Os manifestantes – a maioria homens com barba e mulheres com véus – entoaram cânticos religiosos antes das preces da sexta-feira, enquanto outros distribuíam panfletos exigindo a retirada da proposta constitucional e a realização de eleições presidenciais até abril.



-Será que o governo quer humilhar o povo? O povo se revoltou contra (o ex-presidente Hosni) Mubarak, e vai se revoltar de novo contra a Constituição que querem nos impor-, gritou um membro de um grupo islâmico salafista pelo alto falante, para aplausos da multidão.



A presença da multidão na praça Tahrir lembrava os 18 dias de ocupação desse espaço, no começo do ano, que resultou na deposição de Mubarak.



O Egito realizará eleições parlamentares em 28 de novembro, mas o processo pode ser prejudicado se os partidos políticos e o governo não chegarem a um acordo sobre o anteprojeto constitucional que coloca os militares a salvo de qualquer supervisão parlamentar, potencialmente permitindo que as Forças Armadas desafiem um governo eleito.



Pelo menos 39 partidos e grupos políticos disseram em nota que vão se manifestar para “proteger a democracia e a transferência de poder”. Negociações entre os grupos islâmicos e o gabinete foram rompidas.



Os partidos e movimentos salafistas – que seguem ensinamentos islâmicos ortodoxo — foram os primeiros a galvanizar apoio para o protesto desta sexta-feira. A Irmandade Muçulmana e vários partidos liberais aderiram posteriormente.



Os grupos islâmicos montaram seu próprio palanque, e a praça ficou dividida entre os diversos grupos políticos – exceto no momento da oração.



Milhares de salafistas chegaram ao Cairo vindos de diferentes partes do país. Muitos agitavam bandeiras e cantavam o hino nacional. “Viemos de ônibus do Delta (do Nilo). Fomos convocados a vir demonstrar nossa recusa ao regime militar e nosso apoio ao regime civil”, disse Mohamed Ali, militante do partido salafista Al Asalah.



Na cidade portuária de Alexandria, milhares de pessoas participaram de um protesto semelhante, e pretendiam posteriormente ir em passeata até um quartel. “Fomos exigir mudança, mas tiraram Mubarak, e trouxeram o marechal”, gritava a multidão.

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